|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RIO GRANDE DO SUL
ACM critica
uso do nome
de FHC em
campanha
da Sucursal de Brasília
da Agência Folha, em Porto Alegre
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
disse que não gostaria de comentar a atitude do ministro Eliseu Padilha, que usou o nome do
presidente Fernando Henrique
Cardoso na campanha do ano
passado para pedir votos para
Antônio Britto, candidato derrotado do PMDB ao governo do
Rio Grande do Sul.
Ainda assim, ACM fez um comentário teórico a respeito docaso: "Eu acho sempre muito arriscado, em qualquer oportunidade, falar em nome do presidente da República. Eu, na Bahia, em campanhas eleitorais,
nunca faço isso".
A Folha revelou ontem que Padilha (Transportes) disse a empresários gaúchos antes do segundo turno que FHC mandara
um recado: se Britto não vencesse a eleição contra Olívio Dutra
(PT), o Estado deixaria de ser
prioridade para o presidente.
Dutra acabou vencendo a eleição. Padilha disse que citou o
nome de FHC de forma inadvertida e creditou seu erro ao "espírito de campanha".
Padilha afirmou ontem que os
últimos seis meses demonstraram que ele estava "com a razão" ao dizer a empresários gaúchos que a vitória de Dutra afastaria investimentos no Estado.
No primeiro semestre do governo de Dutra, o Rio Grande do
Sul perdeu a fábrica da Ford depois que o governo estadual desistiu de conceder incentivos fiscais à montadora. Padilha disse
lamentar o vazamento de uma
conversa privada.
O governador gaúcho, Olívio
Dutra (PT), disse que a União
interveio para a Ford se instalar
na Bahia, governada pelo PFL,
negociando com a empresa dois
meses antes de ela deixar o Rio
Grande do Sul.
O governador definiu como
"amostra da macropolítica perversa utilizada pelo governo federal" e "a mais baixa e desqualificada política" a atitude de Padilha no uso do nome de FHC na
campanha de Britto.
"O jogo era tão pesado que os
derrotados ainda não assimilaram a derrota e trabalham contra nós munidos de grande preconceito", disse Dutra.
O governo gaúcho entrará
com uma medida judicial caso a
União conceda à Ford incentivos previstos no sistema automotivo para o Nordeste.
"É estranho a Ford, tendo contencioso com um ente federado,
ser reverenciada pelo governo
federal, que incita a guerra fiscal.
O Estado não é curral de quem
tem cargo importante no governo federal", disse Dutra, que
chamou de "negócios nebulosos" as concessões de incentivos
fiscais a empresas pelos governos. "Governadores tiram breves vantagens políticas e destroçam seus Estados."
O Diretório Nacional do PT
anunciou ontem que o partido
vai entrar, junto à Justiça Eleitoral, com representação contra
Padilha e FHC por abuso de poder político e de autoridade em
favor da candidatura de Britto.
Texto Anterior: Previdência: Governo insiste em impor idade mínima Próximo Texto: Entrevista da 2ª: "ACM é sujo como pau de galinheiro", afirma Ciro Índice
|