São Paulo, Segunda-feira, 28 de Junho de 1999
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"Ele vive do que não tem", diz senador

da Reportagem Local

"Ciro Gomes é o próprio galinheiro. Ele é a galinha inservível da política nacional." Assim o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) reagiu à afirmação de Ciro de que o senador é "sujo que só pau de galinheiro".
Para o senador, "Ciro tem que explicar como vive". "Eu vivo do meu dinheiro. Ele vive do que não tem. É o dinheiro invisível. Ele que se explique. Há seis anos ele apresentou uma declaração de renda em que tinha um Volks e uma pensão de R$ 2.000,00. É com isso que sustenta viagens pelo Brasil e hospedagem em hotéis caros?"
O senador disse que nunca teve ligação com Ângelo Calmon de Sá, ex-dono do Banco Econômico. Em 1995, documentos de uma pasta rosa encontrada nos cofres do Econômico, sob intervenção do Banco Central, registravam que Calmon de Sá havia contribuído ilegalmente para campanhas eleitorais de ACM. "Processei o senhor Ângelo Calmon, que disse na Justiça que o banco nunca me deu apoio ou proteção", disse.
Sobre a sociedade com Calmon de Sá num banco nas ilhas Cayman, ACM disse que, como era acionista do Econômico, teve direito de subscrever ações de um banco no exterior que pertencia ao próprio Econômico.
O senador afirmou que não indicou Lafaiete Coutinho para a presidência do Banco do Brasil no governo Fernando Collor de Mello.
"Não tenho qualquer responsabilidade e nunca fui ao BB pedir nada a ele. Ao contrário do Ciro. O próprio Lafaiete Coutinho me disse que ele ia lá no BB fazer pedidos." Sobre Jorge Lins Freire, que foi secretário da Fazenda da Bahia, diretor do Banco Econômico e depois presidente do Banco do Nordeste, o senador disse que "ele foi indicado como um quadro competente. O próprio Ciro fazia os maiores elogios a ele na época".
O senador disse que apoiou Collor até o fim do governo por um gesto de lealdade. "Ao contrário de muitos, que retiraram o apoio nos últimos cinco dias do governo".
ACM lembrou que "o PSDB quase apoiou o Collor, com o voto favorável do Ciro Gomes". "Lembro muito bem. O partido se reuniu e houve um empate, de oito a oito, com o voto do Ciro a favor do Collor. Só não apoiaram porque o Mário Covas impediu."
ACM afirmou que se "enganou" a respeito de Ciro. "É inacreditável a coragem desse rapaz, que vivia o tempo todo me procurando no Senado para falar de política e sempre me fez os maiores elogios. Vai descobrir meus defeitos agora?"



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