São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2001

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GOVERNO

Gabinete vira cargo militar

MP mantém general Cardoso no Exército

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso editou medida provisória que torna "de natureza militar e privativo de oficial-general das Forças Armadas" o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que é ocupado desde sua criação, em 99, pelo general Alberto Cardoso.
O cargo tinha natureza civil quando foi criado, e o general licenciou-se do Exército para assumi-lo. No mês que vem, na impossibilidade de prorrogar a licença, Cardoso teria de deixar o cargo ou o Exército, perdendo a possibilidade de ser promovido.
Agora, além de ser mantido no cargo e no quadro de oficiais do Exército, o general Cardoso deverá receber sua quarta estrela antes do final do governo, chegando ao mais alto posto da Força.
Pelo critério de antiguidade, Cardoso seria o décimo da lista de promoções de 2002, mas só existem oito vagas, segundo o almanaque de oficiais. A lista de promoções, porém, não tem seguido apenas o critério de antiguidade.
O general Cardoso é um dos ministros mais influentes do governo. Comanda os setores de inteligência, de prevenção ao uso de drogas e a segurança do presidente. A segurança era de responsabilidade da Casa Militar, que deixou de existir após a criação do Gabinete de Segurança Institucional.
O cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional foi criado como de natureza civil para não ferir suscetibilidades nas Forças Armadas. Quando o Ministério da Defesa foi criado, foram extintos os ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que viraram comandos. Os ministros perderam esse status, tornando-se comandantes.
O general Cardoso, que era ministro da Casa Militar, continuaria ministro mesmo com uma estrela a menos que os comandantes das Forças. Por isso se licenciou e assumiu o cargo como civil.



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