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Familiares de Maluf ligaram para Citi de Genebra
DA REPORTAGEM LOCAL
A quebra do sigilo telefônico da
família Maluf revelou ligações de
familiares do ex-prefeito Paulo
Maluf para o Citibank de Genebra, segundo a Folha apurou.
O Ministério Público do Estado
de São Paulo iniciou ontem a análise dos extratos telefônicos enviados pelas operadoras Embratel,
BCP e Telesp Celular.
Até janeiro de 1997, a família era
beneficiária de uma conta na
agência suíça do banco americano. Assim que Maluf deixou a
prefeitura, a conta foi transferida
para a agência do Citibank na ilha
de Jersey.
Em aproximadamente 250 folhas, as três companhias informam a origem e destino de ligações telefônicas internacionais
feitas pelo ex-prefeito, sua mulher, Sylvia, os quatro filhos, Flávio, Lina, Lígia e Octávio, e a nora
Jacqueline, mulher de Flávio, desde 1993, quando Maluf assumiu a
prefeitura.
Os extratos da operadora Intelig
devem ser enviados amanhã ao
juiz-corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais),
Maurício Lemos Porto Alves, que
os remeterá à promotoria.
O procurador-geral da ilha de
Jersey, William Bailhache, afirmou ao Ministério Público Federal que não tem garantias de que o
dinheiro em nome do ex-prefeito
Paulo Maluf ainda esteja depositado no paraíso fiscal do canal da
Mancha. Bailhache reuniu-se
com os procuradores Denise Neves Abade e Pedro Pereira Neto,
na embaixada brasileira em Londres, no dia 2 de agosto.
Os procuradores pediram ao
procurador-geral de Jersey o bloqueio oficial dos ativos financeiros em nome do ex-prefeito e o
envio de informações sobre a movimentação das contas. O dinheiro teria sido bloqueado administrativamente pelo próprio banco.
Bailhache, por sua vez, fez questão de frisar que ele é a única autoridade na ilha que tem competência pedir o bloqueio das contas.
Como ele ainda não tomou nenhuma medida a respeito, afirmou que não há nenhuma segurança sobre a permanências dos
valores na ilha.
Apesar de dizer que colaboraria
com as investigações, o procurador-geral deixou claro que defende os interesses de Jersey. Antes
de assumir o cargo de procurador-geral em 2000, Bailhache
atuava em seu escritório de advocacia, Bailhache Labasse, um dos
mais importantes da ilha e que
trabalha com "trust" (transferência da propriedade de bens a um
administrador para que o patrimônio seja gerido em favor de um
beneficiário).
Bailhache aparentou estar preocupado com o caso e disse que sabia do passado político de Maluf.
Advogados do ex-prefeito no exterior teriam procurado o procurador-geral da ilha, que afirmou
aos procuradores brasileiros que
o ex-prefeito está amparado por
um dos melhores escritórios de
advocacia do mundo. O ex-prefeito estaria contando com os serviços de um escritório suíço, o que
aumenta a possibilidade do montante já ter ido para outro local.
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