|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORÇAMENTO
Prédio da Procuradoria Geral da República é incluído no levantamento
TCU divulga lista de obras consideradas irregulares
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TCU (Tribunal de Contas da
União) definiu ontem a nova lista
de obras públicas irregulares com
66 empreendimentos, maior do
que a do ano passado, que tinha
44 obras. Uma das novidades da
lista é a construção da sede da
Procuradoria Geral da República,
em Brasília.
Quinze obras consideradas irregulares pelo TCU têm dinheiro
reservado na proposta de Orçamento para 2001 porque o governo avaliou que as irregularidades
já foram sanadas.
Outras 19 obras ficaram com os
recursos bloqueados em uma reserva técnica. Somente os parlamentares poderão liberar recursos para essas obras à medida que
considerarem superadas as dúvidas sobre essas construções.
De acordo com o ministro-relator da lista no TCU, Benjamin
Zymler, a obra do prédio da Procuradoria foi incluída porque há
indícios de irregularidade na contratação, sem licitação, do escritório do arquiteto Oscar Niemeyer.
"A inexigibilidade de licitação
para a planta de arquitetura está
correta, mas o contrato prevê outros tipos de serviços também",
explicou Zymler.
Por determinação legal, Niemeyer é responsável por quase todos
os grandes projetos de prédios
públicos de Brasília.
A Procuradoria Geral da República informou, por meio de sua
assessoria, que não tinha conhecimento da nova lista de obras irregulares do TCU.
Obras irregulares
Também continuam na lista de
obras irregulares: a construção da
nova sede do TST (Tribunal Superior do Trabalho) em Brasília, a
construção do edifício anexo do
TRF (Tribunal Regional Federal)
do Rio de Janeiro e a polêmica
obra do TRT (Tribunal Regional
do Trabalho) de São Paulo.
O ministro do TCU explicou
ainda que as obras consideradas
irregulares são aquelas que poderão resultar em uma citação ou
em pedido de audiência dos responsáveis.
Outras 61 obras mereceram ressalvas do tribunal. "São irregularidades relativas, por exemplo, a
cláusulas contratuais que devem
ser modificadas ou a recomendações do TCU", disse Zymler.
Na área de irrigação, permanecem na lista a Adutora do Oeste
(PE) e os projetos de irrigação Tabuleiros Litorâneos Parnaíba (PI),
Platôs de Guadalupe (PI) e Jacarecica 2 (SE).
As três últimas obras já estão
com recursos bloqueados no projeto do Orçamento de 2001.
A barragem do Castanhão (CE),
que também estava com recursos
bloqueados, foi julgada regular
pelo TCU na semana passada.
O tribunal avaliou que existiram
irregularidades, mas que seria
menos prejudicial para a União
continuar a obra.
Outros exemplos de obras irregulares que estão na lista são a reforma e o aparelhamento de presídios em Rondônia e a construção de sistemas de transmissão de
energia elétrica em Mato Grosso.
A lista integral será divulgada
hoje e enviada para o Congresso
Nacional até amanhã.
Com base nela, os parlamentares vão decidir quais obras poderão receber recursos orçamentários em 2001.
Zymler explicou que o tribunal
analisou 250 empreendimentos.
Segundo o ministro, essas obras
representam 26,4% do volume de
investimentos previstos na proposta orçamentária.
"As obras analisadas representam R$ 4,29 bilhões em investimentos. No ano passado, esse volume foi de R$ 1,75 bilhão", disse.
Por causa do desvio de R$ 169,5
milhões de dinheiro da União na
obra do prédio do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo,
o governo resolveu criar mecanismos de controle na proposta orçamentária para o próximo ano.
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Previdência: Jorgina quer reaver bens na justiça Índice
|