São Paulo, Quinta-feira, 28 de Outubro de 1999
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Atuação de lobby é negada pelo banco

da Sucursal do Rio

Embora negue formalmente, o BNDES decidiu abrir sua linha de financiamento para a compra da Cesp Tietê a empresas estrangeiras após consultas de grupos interessados na compra.
Segundo a Folha apurou, a direção do banco concluiu então que poderia haver dificuldades para a venda da companhia se ele mantivesse seu financiamento restrito ao capital nacional.
Oficialmente, o BNDES informou ontem, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que "não foi procurado por empresas A, B ou C" para que abrisse sua linha de financiamento também para empresas estrangeiras.
O BNDES não comentou a declaração do presidente da AES, vencedora do leilão, de que a empresa estava negociando o financiamento com o banco há aproximadamente dez dias.
O BNDES afirma que decidiu financiar qualquer empresa interessada após fazer uma avaliação do mercado e concluir que isso traria mais competitividade ao leilão. Ainda de acordo com o banco, a distinção entre a empresa nacional e a estrangeira ficou por conta do custo de financiamento.
Para a empresa nacional, o custo anual seria a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que varia trimestralmente e está hoje em 12,5% ao ano, mais 5% de taxa de risco.
Para o capital estrangeiro, o financiamento será com base na variação de uma cesta de moedas estrangeiras mais 5% ao ano. O prazo será de cinco anos, com um de carência, o mesmo que seria dado ao capital nacional.
Segundo seu site na Internet, dos recursos que o BNDES tinha em no ano passado, 58% representavam retornos de suas aplicações. Além disso, 7% foram obtidos por meio de empréstimos internacionais e 6% foram repassados pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Até 40% dos recursos do FAT vão para o BNDES.


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