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Crédito oferecido pelo BNDES embute "subsídio"
da Redação
O financiamento do BNDES aos
compradores da Cesp Tietê embute um "subsídio" próximo de
10% ao ano, no caso de a comparação ser feita com as taxas do
mercado interbancário de dólar.
Nesse mercado, tomando por
base um prazo de quatro anos, como ocorrerá no financiamento ao
consórcio que ficou com a empresa elétrica, papéis corrigidos pelo
câmbio são negociados a 14% ou
15% ao ano, contra 5% na linha
do BNDES.
Grandes empresas e bancos
brasileiros que estão captando recursos no exterior pagam algo como 12% ao ano mais dólar.
Operadores do mercado lembram, porém, que os financiamentos do BNDES têm sempre
uma característica peculiar, por se
tratar de um banco público de fomento e instrumento fundamental para viabilizar as privatizações.
No caso da Cesp Tietê, a garantia de crédito ajudou a evitar um
esvaziamento do leilão (ameaçado pelas incertezas da conjuntura
e pela disputa do governo Itamar
na Cemig) e talvez tenha sido a
responsável pelo ágio próximo de
30%.
No setor automobilístico, por
exemplo, é comum os bancos ligados a montadoras concederem
financiamento a taxas inferiores
às de mercado para dar fôlego à
produção e à venda de veículos.
No BNDES, há vários tipos de financiamento. Para a produção de
bens destinados à exportação, o
custo é variação cambial mais Libor (a taxa interbancária de Londres, atualmente em torno de 6%
ao ano), mais um "spread" básico
de 1% e outro "spread" a ser negociado com a instituição financeira
que repassa o crédito.
Na linha Finame (máquinas e
equipamentos), o crédito é concedido com base na TJLP (12,5% ao
ano) mais "spread" básico de
2,5% (para pequenas empresas,
1%), além do "spread" do agente
financeiro, que é negociado. No
leasing de equipamentos o
"spread" básico é de 4,5%.
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