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CONGRESSO
Para senador, Judiciário é "vulgarizado"
ACM critica STF por exposição na mídia
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), fez ontem críticas ao STF
(Supremo Tribunal Federal),
em audiência com representantes do Banco Mundial.
Ele acusou ministros do STF
de "vulgarizar" o Poder Judiciário e de cometer "pecado
grave" ao derrubar a cobrança
previdenciária dos servidores
públicos inativos.
"Alguns ministros agem como políticos e estão todos os
dias nos jornais, falando o que
não devem. Isso vulgariza o papel do Judiciário", disse. ACM
não citou nomes, mas o presidente do STF, Carlos Velloso, e
o ministro Marco Aurélio de
Mello têm comentado publicamente a questão da contribuição dos inativos.
No encontro, foi o diretor do
Banco Mundial para o Brasil,
Gobind Nankani, quem manifestou preocupação com as dificuldades ao governo causadas pelo Judiciário.
"Onde o Judiciário não age
com imparcialidade e correção
não há democracia. O Judiciário brasileiro não tem consciência de que está acima dos
demais (Poderes) e que não pode errar", afirmou ACM a Nankani e ao vice-presidente para
América Latina do Banco
Mundial, David di Ferranti.
O senador disse que, no caso
da contribuição dos inativos,
os ministros analisaram "só
com a frieza da lei" e não levaram em consideração as consequências da decisão ao julgar a
cobrança inconstitucional.
"Eles não vêem as implicações do que fizeram. Talvez estivessem certos na questão da
tecnicidade. Mas, do ponto de
vista social e da sobrevivência
do país, cometeram pecado
grave", disse. A suspensão da
cobrança gerou perda estimada em R$ 2,4 bilhões para os
cofres públicos em 2000. O governo adotou medidas para cobrir o prejuízo.
Febem e pobreza
Na conversa com representantes do Banco Mundial,
ACM criticou a situação da Febem de São Paulo, que tem passado por várias crises (a última
resultou na morte de quatro
menores). "Vemos o caso de
São Paulo com muita tristeza.
Depõe contra nosso país e contra nossas prioridades", disse.
Os representantes do Banco
Mundial queriam discutir as
perspectivas de realização do
ajuste fiscal no país. Apesar das
críticas, o senador disse que a
reforma da Previdência será
concluída até março.
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