São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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FHC estranha atuação do MST nas eleições

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem achar "estranho" o fato de que, na campanha eleitoral, "não ocorreram invasões" de terra e que a reforma agrária tenha sido deixada de lado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que teria mostrado, assim, seus fins políticos.
"O estranho é que durante a campanha eleitoral ninguém falou de reforma agrária, nem ocorreram invasões", disse FHC, definindo a invasão da fazenda de sua família como "o momento que desmascarou os fins não-agrários do MST". As declarações foram feitas em entrevista dada anteontem e divulgada ontem pela RBS.
Em junho, a Folha mostrou que o MST anunciou uma trégua em suas ações entre agosto e novembro para poupar a imagem do então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujo partido é geralmente associado aos sem-terra.
À época, dois líderes nacionais do MST, Gilmar Mauro e João Paulo Rodrigues, disseram que o movimento previa uma "campanha institucional" contra os sem-terra para atingir a "candidatura da esquerda", ou seja, Lula.
FHC disse ainda que "a reforma da Previdência é mais importante que a tributária" e se colocou à disposição de Lula para ajudá-lo. "Não sei como [o PT fará a reforma previdenciária], porque eles foram contra. Mas, se tentarem, terão meu apoio", disse o presidente, que afirmou achar "muito difícil" Lula promover as reformas tributária e previdenciária.


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