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FHC estranha atuação
do MST nas eleições
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem achar
"estranho" o fato de que, na campanha eleitoral, "não ocorreram
invasões" de terra e que a reforma
agrária tenha sido deixada de lado
pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
que teria mostrado, assim, seus
fins políticos.
"O estranho é que durante a
campanha eleitoral ninguém falou de reforma agrária, nem ocorreram invasões", disse FHC, definindo a invasão da fazenda de sua
família como "o momento que
desmascarou os fins não-agrários
do MST". As declarações foram
feitas em entrevista dada anteontem e divulgada ontem pela RBS.
Em junho, a Folha mostrou que
o MST anunciou uma trégua em
suas ações entre agosto e novembro para poupar a imagem do então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujo partido é geralmente associado aos sem-terra.
À época, dois líderes nacionais
do MST, Gilmar Mauro e João
Paulo Rodrigues, disseram que o
movimento previa uma "campanha institucional" contra os sem-terra para atingir a "candidatura
da esquerda", ou seja, Lula.
FHC disse ainda que "a reforma
da Previdência é mais importante
que a tributária" e se colocou à
disposição de Lula para ajudá-lo.
"Não sei como [o PT fará a reforma previdenciária], porque eles
foram contra. Mas, se tentarem,
terão meu apoio", disse o presidente, que afirmou achar "muito
difícil" Lula promover as reformas tributária e previdenciária.
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