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Cemitério foi criado durante regime militar
DA REDAÇÃO
O Cemitério Dom Bosco, em Perus (zona norte)
foi inaugurado em 1971, na
primeira gestão de Paulo
Maluf na Prefeitura de São
Paulo, e logo se tornou um
depósito de indigentes e
de adversários da ditadura
militar (1964-1985).
Fazia parte do projeto a
construção de um crematório, item que foi abandonado em 1976. Muitas ossadas já exumadas foram
enterradas naquele ano
numa vala clandestina.
A partir de 1973 familiares de desaparecidos começaram a perceber que o
cemitério recebia cadáveres de guerrilheiros, enterrados com nomes falsos.
Em 4 de setembro de
1990, na gestão da prefeita
Luiza Erundina, foi achada a vala clandestina com
1.570 ossadas -das quais
1.049 eram de adultos. Foram enviadas à Unicamp,
que identificou os militantes Dênis Antônio Casemiro e Frederico Eduardo
Mayr (da vala clandestina)
e Sônia Maria de Moraes
Angel Jones, Antônio Carlos Bicalho Lana, Helber
José Gomes Goulart e
Emanuel Bezerra dos Santos (das covas regulares).
Em 1993 o trabalho parou e, em 1999, a Unicamp
extinguiu o Departamento
de Medicina Legal. Em
2000 as ossadas são então
transferidas para a USP,
que em 2005 identificou
os guerrilheiros Flávio
Carvalho Molina (do Molipo) e, em 2006, Luiz José
da Cunha (da ALN).
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