São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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Petista descarta apoio a Rossi em SP

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem em Recife (PE) que não subiria no palanque do eventual candidato do PDT ao governo de São Paulo, Francisco Rossi, mesmo se concretizada a aliança nacional entre os partidos.
"Obviamente, só subiria no palanque da Marta Suplicy (eventual candidata do PT ao governo paulista), assim como o Brizola não subiria no palanque dela", afirmou, em entrevista à rádio Jornal.
Com a declaração, Lula tentou mostrar ao PT a viabilidade de o partido conviver politicamente com as divergências que mantém com o PSB no Estado. "O PSB não é só Pernambuco."
Lula também considerou "natural" que o governador Miguel Arraes (PSB) não queira apoiar um eventual candidato do PT à sucessão estadual, em virtude dos ataques que vem sofrendo do partido.
"Eu, particularmente, não subiria no palanque de quem me chamou de corrupto", afirmou, referindo-se às denúncias feitas pelo PT de que o governo utilizou irregularmente dinheiro obtido com a emissão de títulos públicos.
"Houve desvio de finalidade dos recursos", admitiu. "Mas usar o dinheiro dos precatórios para construir cacimbas (poços) não é o mesmo que usar para o 'caixa dois' de campanha eleitoral", afirmou.
Desafio
Apesar de permanecer quase 30 horas em Pernambuco, Lula não se encontrou com Arraes. Preferiu se dedicar a articulações com lideranças do PT local.
Lula voltou a repetir que não representa um obstáculo para a aliança, mas declarou que, enquanto não houver outro nome em discussão, permanecerá como pré-candidato à Presidência.
Sobre a eleição, afirmou que considera a disputa deste ano "mais fácil" do que a de 94. "Naquela época, a inflação estava em queda, e Fernando Henrique Cardoso representava a esperança e a novidade." O grande desafio do PT durante a campanha, afirmou, "será mostrar ao povo que, no governo, vamos continuar mantendo a estabilidade econômica".



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