WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Guaiçara

O virtual candidato do PPB ao governo de São Paulo, Paulo Maluf, disse ontem que não ouviu do presidente Fernando Henrique Cardoso apoio a uma eventual candidatura à reeleição do governador Mário Covas (PSDB).
"Eu não ouvi", afirmou Maluf, que iniciou ontem por Penápolis (SP) uma série de visitas a cidades do centro-oeste paulista.
"Eu tive duas conversas muito longas com o presidente. Conheço o ponto de vista do presidente e a minha conversa com o presidente pertence a ele", afirmou Maluf.
FHC disse, em pelo menos duas oportunidades, que Covas era o seu candidato em São Paulo. O governador paulista, porém, reluta em assumir sua condição de candidato à reeleição e reafirma que não vai concorrer.
Maluf afirmou ainda que, se Covas obtiver apoio de FHC, ele não crê na transferência de votos. "Se a transferência de voto fosse automática, o prefeito de São Paulo seria José Serra. Há que se perguntar por que José Serra tirou quarto lugar apoiado por Covas e apoiado por Fernando Henrique", disse.
"Eu espero ganhar esta eleição com programa de governo. Não é com pressão política enganosa", disse o ex-prefeito paulistano
A Agência Folha apurou que a agenda de Maluf em visitas a cidades do interior deixou de ser divulgada com antecedência para evitar que os prefeitos das cidades do PSDB por onde Maluf tem passado ou vai passar sofram pressão do governo estadual.
Maluf, porém, desconversou sobre a divulgação de sua agenda. Ele disse que ela pode ser obtida com sua assessoria em São Paulo.
Energias
Maluf afirmou que o governador Mário Covas deve guardar energias para trabalhar melhor pelo Estado e melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto em vez de o ficar criticando.
"Eu acho que, se em vez de falar mal do Pitta, falar mal do Paulo Maluf, o atual governador guardasse suas energias para trabalhar melhor por São Paulo, acho que seria melhor para o Estado e para a pesquisa dele", afirmou.



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