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'Sou irônico e isso custa caríssimo'
da Reportagem Local
Ele afirma que não gosta de entourage nem da corte de bajuladores ao seu redor. Vaidoso? Só intelectualmente. Apesar do prestígio
intelectual, diz que evitou virar estátua. Acha que o poder entorta as
pessoas. Mas garante que, no seu
caso, só a coluna entortou.
É assim que FHC se define em
entrevista ao programa "Todas as
Faixas", da rádio Musical FM, levada ao ar ontem em São Paulo.
Descontraído, falou de outros
traços da sua personalidade. "Eu
sou irônico e isso me custa caríssimo", diz. "Gosto de brincar. Mas
eu brinco e sai (na imprensa) como se fosse uma coisa agressiva.
Faço ironia comigo também." Garante não ser uma pessoa formal.
"Nunca fui formal. Sou reservado. Não sou de muitas intimidades", diz. "Não me deixo envolver
por turbilhão. Tenho sempre um
olhar de sociólogo. O muito bom
ou o muito ruim não me abala."
Na conversa com a jornalista Roseli Tardelli, FHC diz que quer ser
uma "faiscazinha de brilhante".
Trata-se de referência ao disco
"Falso Brilhante", de Elis Regina,
que escolheu para comentar no
programa. "Todos nós deveríamos aspirar a ser, não digo um brilhante, mas uma faiscazinha de
brilhante sempre ajuda", diz.
FHC também fala de política. Ciro Gomes, segundo ele, está "buscando o caminho dele" na sucessão presidencial: "No fundo, furou a fila". Pede um tratamento
com "bons modos" da oposição.
"Pensa como se eu fosse igual ao
Collor, ou pior, um ditador."
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