São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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'Sou irônico e isso custa caríssimo'

da Reportagem Local

Ele afirma que não gosta de entourage nem da corte de bajuladores ao seu redor. Vaidoso? Só intelectualmente. Apesar do prestígio intelectual, diz que evitou virar estátua. Acha que o poder entorta as pessoas. Mas garante que, no seu caso, só a coluna entortou.
É assim que FHC se define em entrevista ao programa "Todas as Faixas", da rádio Musical FM, levada ao ar ontem em São Paulo.
Descontraído, falou de outros traços da sua personalidade. "Eu sou irônico e isso me custa caríssimo", diz. "Gosto de brincar. Mas eu brinco e sai (na imprensa) como se fosse uma coisa agressiva. Faço ironia comigo também." Garante não ser uma pessoa formal.
"Nunca fui formal. Sou reservado. Não sou de muitas intimidades", diz. "Não me deixo envolver por turbilhão. Tenho sempre um olhar de sociólogo. O muito bom ou o muito ruim não me abala."
Na conversa com a jornalista Roseli Tardelli, FHC diz que quer ser uma "faiscazinha de brilhante".
Trata-se de referência ao disco "Falso Brilhante", de Elis Regina, que escolheu para comentar no programa. "Todos nós deveríamos aspirar a ser, não digo um brilhante, mas uma faiscazinha de brilhante sempre ajuda", diz.
FHC também fala de política. Ciro Gomes, segundo ele, está "buscando o caminho dele" na sucessão presidencial: "No fundo, furou a fila". Pede um tratamento com "bons modos" da oposição. "Pensa como se eu fosse igual ao Collor, ou pior, um ditador."



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