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MÍNIMO
Comissão de análise do aumento será composta por líderes do PMDB e do PSDB na Câmara e no Senado
Governo usa aliados para enfrentar ACM
RAQUEL ULHÔA
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A queda-de-braço entre o governo e o presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), em torno do salário mínimo
inicia hoje novo "round", com a
instalação da comissão mista que
vai examinar a MP (medida provisória) que fixou o piso nacional
em R$ 151.
O governo se armou dos aliados
mais influentes para enfrentar
ACM. Os próprios líderes do
PMDB e do PSDB na Câmara e no
Senado vão compor a comissão.
Pelo critério definido no regimento, por coincidência os cargos de
relator e de presidente ficarão
com o PMDB.
O líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), escolheu um deputado de sua "inteira
confiança" para ser o relator
-Armando Monteiro (PE)- e
já garantiu que ele irá manter o
salário mínimo de R$ 151, a não
ser que o próprio governo mude
de posição.
ACM acelerou a tramitação da
MP. Segundo calendário que leu
ontem em plenário, hoje mesmo
termina prazo para apresentação
de emendas à comissão, que terá
de votar o relatório final até 7 de
maio. O prazo para votação em
plenário termina em 22 de maio.
Ele pediu "esforço" para que os
prazos sejam cumpridos.
Recado de FHC
O presidente do Senado voltou a
dizer que não abre mão de tentar
elevar o valor do salário mínimo
para o equivalente em reais a US$
100. Ele comentou o pedido do
presidente Fernando Henrique
Cardoso de apoio a todos os partidos da base.
"Não recebo recados, de modo
que, para mim, não foi. O PFL
também não recebe recados. É
um aliado correto do presidente e
examina todas as proposições que
o presidente manda para serem
votadas.
Quem fala pelo PFL é o senador
Jorge Bornhausen (PFL-SC), presidente do partido. Agora, eu
mantenho meu número (cerca de
R$ 180)", disse.
Bornhausen afirmou que a posição do partido será decidida
amanhã, em reunião da executiva
nacional, e que será levada a FHC.
Ele está tentando unificar o discurso dos pefelistas.
O líder do PFL no Senado, Hugo
Napoleão (PI), não se indicou para ocupar a comissão, mas foi
cauteloso ao escolher os nomes.
"Escolhi Paulo Souto (PFL-BA),
uma pessoa extremamente ligada
ao presidente Antonio Carlos Magalhães, e José Jorge (PE), da total
confiança do vice-presidente,
Marco Maciel, e do presidente do
partido, senador Bornhausen",
afirmou.
O presidente nacional do
PMDB e líder de sua bancada no
Senado, senador Jader Barbalho
(PA), mostrou ontem disposição
para tumultuar a comissão.
Distribuiu requerimento que
irá apresentar hoje pedindo que
as MPs que fixaram os salários
mínimos de 1996 até 99 tramitem
junto com a dos R$ 151.
Elas nunca foram votadas e
sempre foram sucessivamente
reeditadas pelo governo.
Jader reconhece que seu gesto
não terá qualquer efeito prático.
O objetivo é "ressaltar que só dessa vez houve interesse especial em
votar a MP do salário mínimo".
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