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REAÇÃO
Força Sindical invade prédio do INSS em SP como protesto
Ato contra novo mínimo reúne 10 mil manifestantes no Rio
da Sucursal do Rio
da Reportagem Local
Cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, se manifestaram ontem no centro do
Rio contra o governo federal. O
ato foi convocado pela UNE
(União Nacional dos Estudantes, a CUT (Central Única dos
Trabalhadores) e a UBES
(União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), para protestar contra o novo salário mínimo, de R$ 151,00.
A concentração foi às 10h, em
frente à igreja da Candelária.
Em seguida, o grupo saiu em
passeata até a Cinelândia, interrompendo o trânsito de veículos na avenida Rio Branco.
Os estudantes secundaristas
eram maioria na manifestação.
Com o rosto pintado, eles aproveitaram para reafirmar suas
reivindicações de ensino público e gratuito e de redução das
mensalidades nas escolas particulares. No final do ato, um
confronto entre militantes do
PSB e do PC do B envolveu cerca de dez secundaristas.
À reclamação contra o salário
mínimo se juntaram outras,
transformando a passeata num
coro dos descontentes. Questões como as denúncias de corrupção na polícia fluminense e
a poluição da lagoa Rodrigo de
Freitas foram também levantadas pelos manifestantes.
"Te cuida, FHC. Quem tirou
Collor vai também tirar você",
foi o slogan preferido dos cara-pintadas. Poupado da maioria
dos ataques verbais, o governador Anthony Garotinho foi
vaiado quando se falou na
"banda podre" da polícia e no
salário dos professores da rede
estadual de ensino.
O vice-presidente da UBES,
Andrezinho Bernardes, defendeu a nova bandeira de luta dos
secundaristas: "Queremos que
o governo garanta 50% das vagas nas universidades públicas
para os estudantes oriundos da
escola pública", disse.
As manifestações estudantis
contra o novo salário mínimo
continuam hoje em São Paulo e
amanhã em Belo Horizonte. Na
capital paulista, o ato terá ainda
como eixo o "Fora Pitta".
Para o presidente da UNE,
Wadson Ribeiro, o escândalo
na prefeitura paulistana é garantia de sucesso para o ato de
hoje: "Estamos trabalhando
com a expectativa de 20 mil pessoas nas ruas de São Paulo",
disse.
Único parlamentar presente,
o deputado estadual Carlos
Minc (PT) fez questão de lembrar aos estudantes que a gratuidade nos transportes públicos já é lei no Rio: "Vocês têm
que exigir isso, pois as empresas
não estão cumprindo a lei".
Em São Paulo
A Força Sindical ocupou na
manhã de ontem o andar térreo
do prédio do INSS (Instituto
Nacional Nacional do Seguro
Social), no centro de São Paulo,
para pedir uma audiência com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso. A central sindical quer
que o salário mínimo para aposentados e pensionistas seja fixado em US$ 100.
De acordo com o presidente
da Força Sindical, Paulo Pereira
da Silva, o Paulinho, uma onda
de invasões será promovida hoje pela central em todo o país.
Ontem, segundo ele, manifestantes já haviam feito passeatas
em Santa Catarina e no Espírito
Santo, além de terem ocupado o
prédio do INSS em Recife (PE).
Em São Paulo, os manifestantes -cerca de 500- saíram da
sede do Sindicato dos Metalúrgicos às 9h, com dois carros de
som e uma bateria de escola de
samba. Eles ocuparam o INSS às
10h e distribuíram panfletos que
reproduziam enormes notas de
US$ 100.
Além dos metalúrgicos, participaram da manifestação membros dos sindicatos dos padeiros e dos comerciários. Não
houve confronto. Assessores do
INSS informaram que o órgão
aceitaria uma manifestação pacífica e que nada poderia fazer,
pois o assunto em questão (o salário mínimo) foge da alçada de
decisões do órgão.
"O Medeiros (Luiz Antônio de
Medeiros, deputado do PFL) esteve aqui e está tentando articular a audiência em Brasília", disse Paulinho. "Vamos ficar (no
prédio) até que ela saia."
Se não avançarem nas negociações, segundo a Força Sindical, as centrais sindicais tentarão usar uma audiência marcada com FHC para as 15h de
quinta para tratar do assunto. O
encontro foi agendado para a
discussão de projetos de profissionalização dos trabalhadores,
mas os sindicalistas querem que
FHC receba os aposentados.
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