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Jader diz que
BC o isenta no
caso Banpará
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Jader
Barbalho (PMDB-PA), leu ontem
na reunião da bancada de senadores do seu partido documento assinado pelo ex-presidente do
Banco Central Francisco Gros
que, segundo relato dos parlamentares presentes, afirmaria
não haver indícios de seu envolvimento em desvio de recursos públicos do Banpará (Banco do Estado do Pará).
Jader não entregou aos senadores cópia do documento nem divulgou-o à imprensa. Após a reunião, limitou-se a dizer que é um
documento de 1992, que ele desconhecia até agora e que será usado em sua defesa ""no momento
oportuno". ""São documentos antigos sobre o episódio (Banpará)
que encontrei recentemente, pesquisando. Não me é conveniente
no momento falar sobre isso."
Os senadores receberam a informação dada por Jader como
uma novidade, favorável a ele.
Roberto Requião (PR) afirmou
que o documento atestaria que Jader não foi responsabilizado pelo
BC por irregularidades ocorridas
no Banpará na década de 80,
quando era governador do Pará.
""Por que então o governo se negou a divulgar esse documento?
Seria uma chantagem? Jader vem
sendo chantageado pelo governo
há 8 anos sendo que há um documento dizendo que não há indícios contra ele", disse Requião.
""Ficamos perplexos", disse Casildo Maldaner (SC). ""Ele mostrou o documento para mostrar
que não tem nenhuma preocupação com investigação", disse José
Fogaça (RS).
Aos senadores, Jader disse ter
tomado conhecimento do documento assinado por Gros nesta
semana, mas não quis dizer se recebeu o documento do BC.
Há cerca de um mês, por causa
das notícias na imprensa sobre
um relatório do BC que o apontaria como responsável por desvios
no Banpará, o presidente do Senado encaminhou ofício ao presidente da instituição, Armínio Fraga, pedindo que lhe fosse remetida cópia do documento.
Na semana passada, ele recebeu
resposta de Fraga dizendo que
não poderia encaminhar o relatório por conter informações sigilosas. Mas o texto foi remetido ao
Ministério Público do Pará.
Jader disse que ficou "satisfeitíssimo" com o desfecho do caso.
Questionado sobre o novo documento, o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, negou que ele tenha sido entregue a
Jader pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso, com quem o
peemedebista se reuniu ontem.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), principal adversário de Jader, recebeu com
desconfiança a notícia do suposto
documento assinado por Gros.
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