São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2001

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Jader diz que BC o isenta no caso Banpará

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), leu ontem na reunião da bancada de senadores do seu partido documento assinado pelo ex-presidente do Banco Central Francisco Gros que, segundo relato dos parlamentares presentes, afirmaria não haver indícios de seu envolvimento em desvio de recursos públicos do Banpará (Banco do Estado do Pará).
Jader não entregou aos senadores cópia do documento nem divulgou-o à imprensa. Após a reunião, limitou-se a dizer que é um documento de 1992, que ele desconhecia até agora e que será usado em sua defesa ""no momento oportuno". ""São documentos antigos sobre o episódio (Banpará) que encontrei recentemente, pesquisando. Não me é conveniente no momento falar sobre isso."
Os senadores receberam a informação dada por Jader como uma novidade, favorável a ele.
Roberto Requião (PR) afirmou que o documento atestaria que Jader não foi responsabilizado pelo BC por irregularidades ocorridas no Banpará na década de 80, quando era governador do Pará.
""Por que então o governo se negou a divulgar esse documento? Seria uma chantagem? Jader vem sendo chantageado pelo governo há 8 anos sendo que há um documento dizendo que não há indícios contra ele", disse Requião.
""Ficamos perplexos", disse Casildo Maldaner (SC). ""Ele mostrou o documento para mostrar que não tem nenhuma preocupação com investigação", disse José Fogaça (RS).
Aos senadores, Jader disse ter tomado conhecimento do documento assinado por Gros nesta semana, mas não quis dizer se recebeu o documento do BC.
Há cerca de um mês, por causa das notícias na imprensa sobre um relatório do BC que o apontaria como responsável por desvios no Banpará, o presidente do Senado encaminhou ofício ao presidente da instituição, Armínio Fraga, pedindo que lhe fosse remetida cópia do documento.
Na semana passada, ele recebeu resposta de Fraga dizendo que não poderia encaminhar o relatório por conter informações sigilosas. Mas o texto foi remetido ao Ministério Público do Pará.
Jader disse que ficou "satisfeitíssimo" com o desfecho do caso.
Questionado sobre o novo documento, o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, negou que ele tenha sido entregue a Jader pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem o peemedebista se reuniu ontem.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), principal adversário de Jader, recebeu com desconfiança a notícia do suposto documento assinado por Gros.


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