São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2001

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MATO GROSSO DO SUL

Há suspeita de que recursos teriam financiado campanhas

Denúncia de desvio pode reter FAT

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Jobim Filho, disse ontem que pode reter o envio de verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para o Mato Grosso do Sul. O motivo são as denúncias do Ministério Público Federal de que dinheiro do fundo teria sido desviado. Há a suspeita, ainda não comprovada, de que parte da verba teria financiado campanhas políticas de vereadores do PT em Campo Grande na eleição de 2000.
Uma equipe do ministério chega na segunda-feira para auditar o uso das verbas no Estado. Em 2000, foram repassados R$ 4,6 milhões para o governo de José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT.
O Estado repassa as verbas para programas sociais. Segundo a Procuradoria, há suspeitas de irregularidades no uso de R$ 220 mil repassados em 1999 e 2000.
A verba, segundo o procurador-chefe do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul, Blal Yassine Dalloul, pode ter bancado a campanha eleitoral de ""alguns vereadores do PT". "Devido às circunstâncias da denúncia, a distribuição da verba pode ter a participação de um secretário do governo do Estado", disse o procurador, sem, no entanto, revelar os nomes dos suspeitos.
A Procuradoria deverá pedir a quebra de sigilo fiscal e bancário de duas empresas e três ONGs que estariam envolvidas no desvio. A Polícia Federal também está investigando o caso em inquérito aberto anteontem.
As ONGs citadas no inquérito são a Ibiss (Instituto Brasileiro de Inovações Pró-Sanidade Saudável), a MNMMR (Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua) e a Cooperativa de Materiais Básicos de Construção. Segundo o procurador, as três ONGs receberam duas remessas de verbas do FAT entre 1999 e 2000.
Em uma delas, o governo liberou R$ 506 mil, dos quais R$ 176 mil não tiveram prestação de contas. Em outra, foram R$ 150 mil, com R$ 45 mil não justificados. Duas empresas são denunciadas: Informe Agência de Comunicação e a gráfica Fênix. Elas prestavam serviços às ONGs e teriam sido beneficiadas.


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