São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2001

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Agricultores fazem saque a caminhão em SE

DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de 50 agricultores ligados ao MST saquearam ontem, em Poço Redondo, em Sergipe, um caminhão com derivados do leite. É a segunda ação, na mesma região, desde o início da semana. A polícia local pediu reforços.
Por volta das 9h30 de ontem, o caminhoneiro Josivan Feitosa Torres foi abordado por moradores do assentamento Queimada Grande, que fica às margens da SE-206, que liga o município de Canindé de São Francisco (SE) a Paulo Afonso (BA).
Os assentados bloquearam a pista com pedaços de pau e carros de boi. Torres afirmou à polícia que não resistiu e entregou a carga, composta de queijos, leite desnatado e iogurte. Os produtos, avaliados em R$ 14 mil, pertenciam à empresa Jota Maria Fajardo e seriam distribuídos na Bahia. As lideranças do MST no Estado alegaram que o saque foi promovido porque os assentados estão passando fome e querem agilidade para a conclusão de um projeto de irrigação na região.
Cerca de 2.500 pessoas vivem nos assentamentos da zona árida de Sergipe, de acordo com o MST.
O chefe da Defesa Civil sergipana, Nicanor Moura, informou que o Estado não tem a obrigação de fornecer cestas básicas aos assentados da região.
"Isso é um problema federal", disse Moura. A partir de hoje, 40 mil cestas, adquiridas com recursos da União, serão entregues em dez municípios carentes do sertão e aos assentados.
Anteontem, foram os agricultores do assentamento Cuiabá, em Canindé de São Francisco (22 km de Poço Redondo), que abordaram um caminhão com cerca de 30 toneladas de leite em pó.
Tanto em Canindé quanto em Poço Redondo, a polícia abriu inquéritos para apurar quais são os responsáveis pelos saques.
A Secretaria da Segurança Pública mandou reforços policiais para evitar novos ataques a caminhões na região.
O governo do Estado alega dificuldades para conseguir a liberação de recursos federais para concluir a obra de irrigação do local, que está parada e deverá atender 900 famílias.


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