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Agricultores
fazem saque a
caminhão em SE
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de 50 agricultores ligados
ao MST saquearam ontem, em
Poço Redondo, em Sergipe, um
caminhão com derivados do leite.
É a segunda ação, na mesma região, desde o início da semana. A
polícia local pediu reforços.
Por volta das 9h30 de ontem, o
caminhoneiro Josivan Feitosa
Torres foi abordado por moradores do assentamento Queimada
Grande, que fica às margens da
SE-206, que liga o município de
Canindé de São Francisco (SE) a
Paulo Afonso (BA).
Os assentados bloquearam a
pista com pedaços de pau e carros
de boi. Torres afirmou à polícia
que não resistiu e entregou a carga, composta de queijos, leite desnatado e iogurte. Os produtos,
avaliados em R$ 14 mil, pertenciam à empresa Jota Maria Fajardo e seriam distribuídos na Bahia.
As lideranças do MST no Estado
alegaram que o saque foi promovido porque os assentados estão
passando fome e querem agilidade para a conclusão de um projeto de irrigação na região.
Cerca de 2.500 pessoas vivem
nos assentamentos da zona árida
de Sergipe, de acordo com o MST.
O chefe da Defesa Civil sergipana, Nicanor Moura, informou
que o Estado não tem a obrigação
de fornecer cestas básicas aos assentados da região.
"Isso é um problema federal",
disse Moura. A partir de hoje, 40
mil cestas, adquiridas com recursos da União, serão entregues em
dez municípios carentes do sertão
e aos assentados.
Anteontem, foram os agricultores do assentamento Cuiabá, em
Canindé de São Francisco (22 km
de Poço Redondo), que abordaram um caminhão com cerca de
30 toneladas de leite em pó.
Tanto em Canindé quanto em
Poço Redondo, a polícia abriu inquéritos para apurar quais são os
responsáveis pelos saques.
A Secretaria da Segurança Pública mandou reforços policiais
para evitar novos ataques a caminhões na região.
O governo do Estado alega dificuldades para conseguir a liberação de recursos federais para concluir a obra de irrigação do local,
que está parada e deverá atender
900 famílias.
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