DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) disse ontem que o governo não desistiu de ter o ex-presidente Itamar Franco (sem partido) como embaixador do Brasil na Itália. Afirmou que, se for necessário, ele próprio irá conversar com Itamar, de quem disse ser "amigo pessoal".
"Nós esperamos que o governador aceite e assuma a embaixada em Roma. É natural que setores das oposições que foram derrotados na eleição presidencial queiram, de alguma maneira, retaliar o ex-governador. Mas o Itamar é um homem honesto, honrará o Brasil em Roma. Espero que ele mude de posição e assuma a embaixada", disse.
A nomeação de Itamar para a embaixada foi aprovada pelo Senado no início do mês. Mas ele se disse magoado com o placar apertado (29 votos a favor, 25 contra e 2 abstenções). Afirmou ser um "grave constrangimento", em carta ao ministro Celso Amorim (Relações Exteriores).
Dulci deu razão à contrariedade de Itamar, que presidiu o país de 1992 a 1994. "O [ex-]presidente Itamar nunca age só psicologicamente. Ele sempre tem suas motivações. Ele tem razão de reclamar que a decisão tenha sido tomada da maneira que foi tomada no Congresso."
Itamar estava ontem em Belo Horizonte, mas até o fechamento desta edição não havia se pronunciado. Pela manhã, em Juiz de Fora (MG), itamaristas acompanharam a colocação, por um guindaste, de um Fusca 1993 -símbolo do governo presidencial de Itamar- no 14º andar de um prédio do centro da cidade, onde está sendo montado o memorial do ex-presidente.
(PAULO PEIXOTO)


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