São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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Stedile será denunciado à Justiça por incitar violência contra fazendeiros

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile não compareceu ontem a audiência no fórum de Canguçu (RS) e, por isso, deve ser denunciado até amanhã pelo Ministério Público gaúcho, sob a acusação de incitação ao crime. A denúncia (acusação formal) pede a abertura de processo contra ele.
Na audiência a que Stedile faltou, o Ministério Público Estadual tentaria um acordo de transação penal com ele -o pagamento de R$ 1.500 em troca do arquivamento da denúncia por incentivar ações violentas contra ruralistas numa palestra no ano passado.
"Essa é a disputa que tem na nossa sociedade: 23 milhões contra 27 mil. [...] Dá mil trabalhadores rurais contra um [fazendeiro]. Então, o que está faltando? Está faltando juntar os mil para cada mil pegar um", ele disse na época.
"Tenho provas do fato e da autoria. Só não formalizo a denúncia hoje [ontem] em razão do acúmulo de trabalho", disse a promotora Camile Balzano.
O MST gaúcho diz que Stedile não foi notificado. A Justiça diz tê-lo notificado em 9 de março.
Caso seja condenado, Stedile poderá ser preso por três a seis meses ou pagar multa com prestação de serviços à comunidade.
Mesmo com a abertura de processo, poderá ocorrer um acordo que o suspenda. A Agência Folha não conseguiu ontem localizar Stedile. (LÉO GERCHMANN)


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