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REFORMA ADMINISTRATIVA
Michel Temer cobra maior participação de FHC na defesa das mudanças constitucionais
PMDB quer ministérios antes de votação
da Sucursal de Brasília
O presidente
da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), cobrou maior participação do
presidente Fernando Henrique
Cardoso na defesa da reforma administrativa.
Além de uma campanha de esclarecimento sobre a reforma, Temer afirmou que Fernando Henrique deveria definir a participação
do PMDB no ministério antes de
retomar a votação das propostas
de mudança do relatório do deputado Moreira Franco (PMDB-RJ).
``É uma decisão do presidente,
mas eu acharia útil escolher os ministros do PMDB antes da retomada da votação da reforma administrativa'', disse Temer.
Transportes e Justiça
O PMDB deve ficar com os ministérios dos Transportes e da Justiça, que estão ocupados interinamente por Alcides Saldanha e Milton Seligman.
Temer e o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), apóiam os
nomes dos deputados Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Eliseu Padilha
(RS) para a Justiça e Transportes,
respectivamente.
O Palácio do Planalto está analisando a possibilidade de transformação da Secretaria Nacional de
Políticas Regionais em ministério.
Esse cargo ficaria com um senador, possivelmente Renan Calheiros (PMDB-AL).
Indefinição
A avaliação de deputados do
PMDB é que a indefinição na escolha dos novos ministros está prejudicando a votação da reforma administrativa.
Na derrota do governo, na última quarta-feira, 38 deputados do
PMDB votaram contra ou deixaram de votar. Desses, 22 vinham
apoiando o governo em outras
propostas, como a reeleição.
Insatisfações
A demora na escolha dos ministros cria insatisfações no partido e
tumultua a base governista, avaliaram deputados.
Na última votação, o governo
não conseguiu 308 votos e foram
derrubados pontos centrais da reforma administrativa.
O governo pretendia abolir o regime jurídico único e criar o contrato de emprego público.
As mudanças permitiriam a admissão de servidores para funções
não exclusivas da administração
pública, como faxineiras e motoristas, sem estabilidade.
Temer afirmou que outros pontos fundamentais da reforma -a
quebra da estabilidade do servidor
público, por exemplo- poderão
ser mantidos se houver um trabalho mais eficiente de convencimento dos deputados.
"O governo deveria propagar
mais a necessidade da reforma.
Propagar no sentido de fazer propaganda mesmo'', disse.
Hoje, Michel Temer vai se reunir
com os líderes governistas para
acertar a estratégia de mobilização
da base para as votações da próxima semana.
Defesa
O presidente da Câmara defendeu ontem o Congresso das críticas feitas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, na quinta-feira da semana passada.
FHC afirmou que era vergonhoso o fato de a reforma administrativa estar sendo discutida há dois
anos.
"O papel do Executivo é ter
pressa e o papel do Legislativo é
apoiar, discutir e transformar as
propostas do governo numa coisa
boa'', disse.
"O presidente faz essas cobranças para tornar mais ágil o trabalho do Congresso.''
(LUIZA DAMÉ)
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