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QUESTÃO AGRÁRIA
MST bloqueia dez agências bancárias no Pontal
José do Rio Preto
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) bloqueou ontem dez agências bancárias na região do Pontal do Paranapanema (extremo oeste de SP).
Não houve expediente bancário.
Foram fechadas cinco agências
do Banco do Brasil, três do Banespa e duas do Bradesco, nos municípios de Rosana, Teodoro Sampaio,
Presidente Bernardes, Presidente
Venceslau e Santo Anastácio.
É a primeira vez que um banco
privado é alvo do MST na região. A
ação foi feita por cerca de 2.500 assentados, segundo o movimento.
Para a Polícia Militar, havia 1.000.
O MST pede a liberação de R$ 45
milhões do Procera (Programa de
Crédito Especial para a Reforma
Agrária) e que bancos privados
abram linhas de crédito para a reforma agrária. O principal dirigente do MST na região, José Rainha
Júnior, disse que o protesto foi ""só
um aviso ao governo". Se não forem atendidos, os sem-terra planejam acampar na porta dos bancos e
retomar as invasões de terras.
O ato, segundo o dirigente Cledson Mendes, foi também um protesto político contra o esquema de
corrupção no sistema financeiro.
A superintendência do BB em
São Paulo informou que o banco é
apenas um repassador de recursos
do governo. Já o Bradesco disse
que o banco já cumpre as regras e
as metas de financiamento agrícola estabelecidas pelo governo.
Bahia
Cerca de 2.000 trabalhadores rurais invadiram na tarde de ontem o
prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária), em Salvador. Ligados ao
MLT (Movimento de Luta pela
Terra) e à Fetag (Federação dos
Trabalhadores na Agricultura), os
trabalhadores ocuparam os dois
primeiros pavimentos do Incra e
fizeram cinco reféns.
No fim da tarde, a Polícia Federal
negociou com os líderes da invasão
a libertação dos reféns. Por volta
das 17h30, os sem-terra deixaram o
prédio, após o superintendente do
órgão, Luiz Gugé, marcar uma reunião com os líderes, que deveria
ocorrer às 18h30 de ontem.
Colaborou a Agência Folha, em Salvador
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