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Base governista rejeita emenda do PSDB que elevaria mínimo a R$ 252
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A base de apoio ao governo federal na Câmara dos Deputados
rejeitou ontem, por 278 votos a
156, a emenda do PSDB à medida
provisória 116, que estabeleceu o
salário mínimo em R$ 240. Os tucanos queriam elevar o salário para R$ 252. O texto principal da MP
foi aprovado na semana passada.
A sessão foi marcada por acusações da oposição de que o PT traía
uma de suas principais bandeiras
históricas ao defender, agora, um
mínimo menor.
A resposta dos petistas era a argumentação de que os que hoje
defendem o aumento maior participaram da administração anterior, que teria promovido uma
política pífia de reajustes.
Apesar de o PT e os demais partidos da base aliada terem orientado a bancada a rejeitar a proposta tucana, 28 deputados governistas votaram a favor da
emenda, sendo 17 do PMDB.
O PP, que integra informalmente a base, teve 21 votos favoráveis
ao governo e 12 contrários. PSDB,
PFL e Prona foram os únicos a
orientar suas bancadas a aprovar
a emenda. Mesmo assim, nove
deputados votaram contra a
orientação.
"O senador Paulo Paim [PT-RS]
fez greve de fome nesta Casa para
reivindicar um salário mínimo de
US$ 100 dólares. Nossa proposta
não é em dólares, não é algo simplesmente irresponsável. Nossa
proposta foi baseada na evolução
da cesta básica e nos recursos do
governo", afirmou o deputado
Alberto Goldman (PSDB-SP), autor da emenda.
A referência a Paim -defensor
histórico do mínimo de US$
100- foi uma constante nos discursos de pefelistas e tucanos
-estes portavam buttons com a
inscrição "R$ 252 já". Walter
Feldman (PSDB-SP) usou discursos do então deputado defendendo um salário mínimo maior na
legislatura passada.
Já o pefelista José Thomaz Nonô
fez um discurso acompanhado
com atenção pelo plenário: "Esses
R$ 12 representam dois litros de
leite, dois quilos de feijão e três
quilos de farinha", afirmou.
Para defender o governo, foram
escalados os deputados Henrique
Fontana (PT-RS) e Beto Albuquerque (PSB-RS). "A maioria do
povo sabe que falta credibilidade
a um partido como o PSDB, que
durante oito anos arrochou os salários", disse Fontana.
"Reafirmo ao plenário que não
vamos levar oito anos para reajustar em 100% o salário mínimo. A
decisão do governo Lula é dobrar
a capacidade aquisitiva desse salário durante os quatro anos de administração. Os primeiros 20% de
aumento, apesar da herança de
desequilíbrio econômico que herdamos, estão sendo concedidos
agora", reforçou Albuquerque.
O deputado Aldo Rebelo (PC do
B-SP), líder do governo na Casa,
disse que o texto original da MP
representa "o salário que o governo julga que repõe a inflação e
oferece ganho real aos trabalhadores, preparando ainda as condições para a concessão de um salário melhor no futuro". A MP segue agora para o Senado.
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