DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Às vésperas do início da campanha eleitoral, o presidente nacional do PT, José Genoino, decidiu agendar para os próximos dias uma reunião com a coordenação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para discutir a relação do movimento com o partido e com o governo.
O MST, porém, já deu seu recado, caso a pretensão da sigla seja a de sugerir uma trégua nas invasões de terra. "O movimento não fará acordo, pacto ou trégua para diminuir o número de ocupações", disse João Paulo Rodrigues, da coordenação do movimento.
Para ele, a política econômica da gestão Lula, e não as invasões, é que pode prejudicar os petistas na eleição em outubro. "Se o governo não mudar sua política econômica, o PT poderá ter uma grande derrota. Nosso papel não é fazer campanha política", declarou, ao chegar para evento no Planalto.
A direção nacional do PT afirmou, por meio de sua assessoria, que o encontro já deveria ter ocorrido na semana passada, mas que, por causa da votação do salário mínimo, Genoino não conseguiu um espaço em sua agenda.
Segundo o PT, a reunião será para discutir a relação do MST com o partido e o governo. Recentemente, a direção petista teve encontros com representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Apesar de afirmar que as invasões de terra vão prosseguir no segundo semestre deste ano, João Paulo Rodrigues descartou que o MST esteja preparando uma onda de ações semelhante ao "abril vermelho". (EDUARDO SCOLESE)

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