São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

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PT decide associar Ciro a Collor

DA REPORTAGEM LOCAL

Para reforçar a vinculação de Ciro Gomes (PPS) com o ex-presidente Fernando Collor, o PT decidiu comparar o histórico dos dois na abertura da economia.
Alarmados com a subida repentina de Ciro, petistas vêm relembrando a relação dele com políticos que apoiaram o ex-presidente, bem como mencionando a semelhança de personalidade entre os dois -jovens e intempestivos.
Os petistas não querem, no entanto, que Luiz Inácio Lula da Silva enverede pelo terreno da comparação de personalidades, porque isso significaria "rebaixar" politicamente o presidenciável. Também haveria o risco de uma abordagem agressiva deixar sequelas que inviabilizem aproximações futuras.
A saída encontrada é Lula fazer a comparação entre os dois pelo lado programático. Uma estratégia é relembrar o "acordo de Ouro Preto (MG)", que Ciro assinou quando ministro da Fazenda, em 1994, e fazer um paralelo com a abertura econômica promovida por Collor no início dos anos 90.
Ambas, segundo os petistas, foram responsáveis pela desnacionalização da indústria, quebradeira nos setores produtivos e explosão do desemprego.
O "acordo de Ouro Preto" rendeu a Ciro uma saraivada de críticas. Pelo acordo, assinado na cidade mineira em dezembro de 94, a Argentina podia exportar livremente automóveis para o Brasil, enquanto as exportações brasileiras eram limitadas por cotas. Também no fim de 1994, sob Ciro, foi reduzida a alíquota de importação automotiva de 35% para 20%, o que, na visão do PT, fragilizou a indústria nacional, com impacto sobre o emprego.
As medidas adotadas por Ciro e a abertura feita por Collor, que também reduziu drasticamente alíquotas de importação de bens de consumo, serão colocadas "dentro de um mesmo pacote ideológico", do qual o petista vai procurar se diferenciar. (FZ)



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