São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

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RIO GRANDE DO SUL

Polarizados, candidatos do PPS e do PT ao governo gaúcho investem no interior do Estado e trocam acusações

Britto e Tarso disputam hegemonia no Sul

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Mesmo sustentando a retórica da humildade e do respeito aos demais concorrentes, os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) e Antônio Britto (PPS) já vivem clima de segundo turno, em uma disputa acirrada e polarizada.
As estratégias de campanha terão costuras políticas e busca de apoio pelo interior do Estado. Ambas as coordenações de campanha vêm conversando com prefeitos de todos os municípios, independentemente do partido.
Segundo pesquisas locais, Britto e Tarso se alternam na liderança da corrida eleitoral, sempre acima da casa dos 30% das intenções de voto -na semana passada, levantamento de instituto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul dava 38,8% a Britto, contra 31,7% de Tarso. Juntos, os outros candidatos não chegam a 15%.
Dois líderes já estão tendo atenção especial por parte de Britto e Tarso: o senador Pedro Simon (PMDB) e o ex-governador Leonel Brizola (PDT).
No caso de Britto, a tática é a da omissão -não responderá a ataques que os dois caciques lhe desfiram, diz seu coordenador de campanha, o deputado federal Nelson Proença. No de Tarso, é ação. ""Falamos vagamente com Simon. Com Brizola, conversaremos. Haverá horário próprio para isso", diz o coordenador da campanha de Tarso, o presidente regional do PT, David Stival.
Tarso também quer evitar que os demais candidatos, José Fortunati (PDT), Germano Rigotto (PMDB) e Celso Bernardi (PPB), unifiquem o discurso anti-PT. Já Britto conta com isso para amealhar mais apoio num eventual segundo turno.
Para atingir no interior do Estado a mesma popularidade que tem em Porto Alegre e na região metropolitana, Tarso aposta em pelo menos três caravanas temáticas. A primeira será a da agricultura, nas Missões, zona sul do Estado e serra; a segunda será sobre desenvolvimento econômico, em Porto Alegre, região metropolitana e serra. A terceira, sobre políticas sociais, visitará cidades como Soledade e Lajeado. Outras poderão ser feitas.
A preocupação de Britto também está no interior e visa a corrigir erros do passado, quando prefeitos eram menosprezados pelo então governador e candidato à reeleição. Por conta disso, ele perdeu popularidade. ""Em primeiro lugar, quando chegamos aos municípios, visitamos os prefeitos, sejam de que partido eles forem. É uma cortesia", diz Proença.



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