DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Trabalho, Jaques Wagner, afirmou ontem que o governo poderá adotar medidas emergenciais para debelar o clima de tensão social em alguns segmentos da sociedade brasileira. Segundo ele, uma das causas para esse ambiente de turbulência é o desemprego.
O ambiente de turbulência a que se refere o ministro ocorre no campo com as invasões promovidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e com as invasões de prédios e de terrenos urbanos em São Paulo.
"Parte da tensão social, se não é resultado direto do desemprego, é uma consequência indireta, porque há falta de renda, que leva à falta de moradia, gerando situações como a dos sem-teto", disse.
O ministro não quis adiantar que medidas específicas poderiam ser anunciadas. Disse, entretanto, que o Ministério das Cidades divulgará nos próximos dias liberação de mais recursos para o PSH (Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social), destinado à habitação popular.
Wagner negou que o governo esteja esperando "as coisas acontecerem" para tomar medidas. "É preciso ter tranquilidade para fazer cada coisa a seu tempo. Algumas medidas já foram tomadas."
O ministro citou o pacote de microcrédito anunciado pelo governo no mês passado, mas que só deve chegar à população, na prática, em agosto. Outro exemplo lembrado por Wagner, o pacote de R$ 5,3 bilhões com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) também levará algum tempo para sair do papel.
Os dois conjuntos de medidas buscam facilitar o acesso e baratear o crédito para trabalhadores de baixa renda. O ministro destacou que, antes disso, o governo Lula precisou organizar a economia para impedir a volta da inflação. (JULIANNA SOFIA)


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