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Governo acha
difícil assentar
60 mil famílias
DA ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral) afirmou ontem que os
recursos disponíveis permitem
que, neste ano, o governo assente
apenas 10 mil famílias sem terra.
A meta original do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva era assentar 60 mil em 2003. O MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) pede 120 mil.
No entanto, Dulci afirmou que é
possível que o governo consiga
assentar 30 mil famílias neste ano:
"Os recursos disponíveis atuais
são suficientes para 10 mil famílias. Se a quantidade de terras públicas aumentar, nós poderemos,
com esses mesmos recursos, assentar um número muito superior: 20 mil, 30 mil famílias. O nosso esforço é para chegar perto e, se
possível, cumprir o número com
que a equipe de transição trabalhou, de 60 mil famílias em 2003".
Em maio, Lula e o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento
Agrário) prometeram assentar
todos os acampados no país até o
final do ano -pelos números oficiais, são 60 mil famílias.
A avaliação sobre a capacidade
de assentamentos em 2003 de
Dulci leva em conta o atual contingenciamento de recursos e estimativas recentes de uso de terras
públicas na reforma agrária. Ele
coordena um grupo interministerial que estuda a questão.
Dulci, que acompanhou Lula
em Fortaleza, no lançamento da
Sudene, adiantou duas diretrizes
do governo: serão priorizadas as
famílias acampadas há mais tempo e as que têm "tradição rural":
"Não faz sentido considerar como
trabalhador rural que deva ser assentado o pobre urbano que nunca trabalhou na terra. Mas vamos
tratar com respeito. Não vemos
que há má-fé de um trabalhador
pobre que vai para o acampamento. Só que, se ele é operário desempregado, ele deve ser objeto
de uma política social urbana".
Sobre a atuação do governo para evitar conflitos no campo, Dulci se limitou a repetir o discurso
oficial de que ilegalidades não serão permitidas.
(LEILA SUWWAN)
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