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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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Governo acha difícil assentar 60 mil famílias

DA ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA

O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral) afirmou ontem que os recursos disponíveis permitem que, neste ano, o governo assente apenas 10 mil famílias sem terra. A meta original do presidente Luiz Inácio Lula da Silva era assentar 60 mil em 2003. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pede 120 mil.
No entanto, Dulci afirmou que é possível que o governo consiga assentar 30 mil famílias neste ano: "Os recursos disponíveis atuais são suficientes para 10 mil famílias. Se a quantidade de terras públicas aumentar, nós poderemos, com esses mesmos recursos, assentar um número muito superior: 20 mil, 30 mil famílias. O nosso esforço é para chegar perto e, se possível, cumprir o número com que a equipe de transição trabalhou, de 60 mil famílias em 2003".
Em maio, Lula e o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) prometeram assentar todos os acampados no país até o final do ano -pelos números oficiais, são 60 mil famílias.
A avaliação sobre a capacidade de assentamentos em 2003 de Dulci leva em conta o atual contingenciamento de recursos e estimativas recentes de uso de terras públicas na reforma agrária. Ele coordena um grupo interministerial que estuda a questão.
Dulci, que acompanhou Lula em Fortaleza, no lançamento da Sudene, adiantou duas diretrizes do governo: serão priorizadas as famílias acampadas há mais tempo e as que têm "tradição rural": "Não faz sentido considerar como trabalhador rural que deva ser assentado o pobre urbano que nunca trabalhou na terra. Mas vamos tratar com respeito. Não vemos que há má-fé de um trabalhador pobre que vai para o acampamento. Só que, se ele é operário desempregado, ele deve ser objeto de uma política social urbana".
Sobre a atuação do governo para evitar conflitos no campo, Dulci se limitou a repetir o discurso oficial de que ilegalidades não serão permitidas. (LEILA SUWWAN)


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