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Genoino diz que governo não pode controlar MST
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA
O presidente do PT, José Genoino, disse ontem que o governo
não tem como controlar as ações
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e que
a liberdade de manifestação não
pode ferir a democracia.
"Não tem como controlar as
ações dos movimentos populares.
Vamos ter de negociar, deixando
claro que negociar não é quebra
de autoridade." Segundo Genoino, as ações do MST são "legítimas" e a pressão pela reforma
agrária é válida.
O deputado acrescentou que as
últimas invasões do MST são normais e não significam convulsão
social. "Isso [as invasões] faz parte da vida. Não há convulsão social, não há crise, não há perda de
controle. A democracia é feita de
momentos tensos e momentos
calmos", afirmou.
O debate sobre a reforma agrária se acirrou na semana passada,
após declarações de João Pedro
Stedile, uma das lideranças nacionais do MST. Ele disse que "a luta
camponesa abriga hoje 23 milhões de pessoas. Do outro lado,
há 27 mil fazendeiros. Essa é a disputa". A seguir, completou: "Será
que mil perdem para um? É muito
difícil. O que nos falta é nos unirmos, para cada mil pegarem um".
Anteontem, João Paulo Rodrigues, outra liderança nacional do
MST, disse, na região do Pontal
do Paranapanema (extremo oeste
de SP), que o movimento irá amenizar o discurso, mas continuará
invadindo propriedades.
De acordo com Genoino, o governo vai insistir em negociar
uma agenda positiva com os sem-terra. "Mas, antes, precisamos
discutir a própria necessidade de
o movimento popular ter mais
cautela, ter paciência."
As declarações foram dadas no
velório da deputada Francisca
Trindade. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
também foi ao velório e disse que
o governo precisa de "muito diálogo e de muita firmeza" para lidar com as ações do MST.
(LUIZ FRANCISCO)
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