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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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Governo pagará salário integral a servidor grevista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar das ameaças, o governo não cortou o ponto dos servidores grevistas. A folha de pagamento de julho foi fechada no último dia 18 sem desconto nos salários dos funcionários que aderiram à paralisação, iniciada no dia 8 deste mês. Os salários serão pagos na próxima segunda-feira.
Além de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter declarado a interlocutores a intenção de descontar os dias parados, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse que o ponto seria cortado. O decreto 1.480, de maio de 1995, estabelece que a falta "decorrente de paralisação" não pode ser, "em nenhuma hipótese", objeto de abono, compensação ou valer na contagem de tempo de serviço.
O Ministério do Planejamento informou que não há decisão do governo sobre o corte de ponto e que existe uma mesa de negociação entre servidores e Executivo. Por esse motivo, seria precipitado e poderia ser encarado radicalização do governo o desconto no salário.
O governo tem evitado o confronto por ainda avaliar que a greve está perdendo força. A Folha apurou que as declarações de Palocci sobre o corte foram encaradas por outras áreas do governo como uma invasão na alçada do Planejamento. Assessores do ministro Guido Mantega (Planejamento) afirmam que, mesmo que estivesse disposto a cortar o ponto, o governo não teria como fazê-lo neste mês, pois os critérios para checagem da presença dos servidores eram pouco confiáveis.
Em 17 de julho, o Planejamento suspendeu o ponto eletrônico. Foi decidido que o ponto seria assinado diariamente, o que, para o ministério, permitirá maior controle.

Auditores em greve
Ontem, os auditores da Receita Federal decidiram parar por tempo indeterminado. Segundo o Unafisco (sindicato da categoria), o confronto com a polícia na semana passada na Câmara motivou a decisão.
Os cerca de 7.500 auditores da ativa fizeram greves temporárias nas últimas semanas -a maior delas durou 72 horas.
Os auditores também convocaram caravanas dos Estados rumo a Brasília, que devem culminar com a marcha contra a reforma da Previdência, marcada para o dia 6 de agosto.
O comando de greve contabilizou ontem 65% de adesão ao movimento. O governo não divulga seu balanço da greve desde o dia 11 de julho.


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