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Governo pagará salário integral a servidor grevista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar das ameaças, o governo não cortou o ponto dos servidores grevistas. A folha de
pagamento de julho foi fechada
no último dia 18 sem desconto
nos salários dos funcionários
que aderiram à paralisação, iniciada no dia 8 deste mês. Os salários serão pagos na próxima
segunda-feira.
Além de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter declarado a interlocutores a intenção
de descontar os dias parados, o
ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda) disse que o ponto seria cortado. O decreto 1.480, de
maio de 1995, estabelece que a
falta "decorrente de paralisação" não pode ser, "em nenhuma hipótese", objeto de abono,
compensação ou valer na contagem de tempo de serviço.
O Ministério do Planejamento informou que não há decisão do governo sobre o corte de
ponto e que existe uma mesa de
negociação entre servidores e
Executivo. Por esse motivo, seria precipitado e poderia ser
encarado radicalização do governo o desconto no salário.
O governo tem evitado o confronto por ainda avaliar que a
greve está perdendo força. A
Folha apurou que as declarações de Palocci sobre o corte foram encaradas por outras áreas
do governo como uma invasão
na alçada do Planejamento. Assessores do ministro Guido
Mantega (Planejamento) afirmam que, mesmo que estivesse
disposto a cortar o ponto, o governo não teria como fazê-lo
neste mês, pois os critérios para
checagem da presença dos servidores eram pouco confiáveis.
Em 17 de julho, o Planejamento suspendeu o ponto eletrônico. Foi decidido que o
ponto seria assinado diariamente, o que, para o ministério, permitirá maior controle.
Auditores em greve
Ontem, os auditores da Receita Federal decidiram parar
por tempo indeterminado. Segundo o Unafisco (sindicato da
categoria), o confronto com a
polícia na semana passada na
Câmara motivou a decisão.
Os cerca de 7.500 auditores
da ativa fizeram greves temporárias nas últimas semanas -a
maior delas durou 72 horas.
Os auditores também convocaram caravanas dos Estados
rumo a Brasília, que devem culminar com a marcha contra a
reforma da Previdência, marcada para o dia 6 de agosto.
O comando de greve contabilizou ontem 65% de adesão ao
movimento. O governo não divulga seu balanço da greve desde o dia 11 de julho.
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