DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito paulistano Paulo Maluf mantém a afirmação de que não possui contas bancárias no exterior. Ele sustenta que a conta no banco Crédit Agricole está em nome de sua mulher, Sylvia Lutfalla Maluf.
Em nota divulgada ontem, em São Paulo, seu assessor de imprensa, Adilson Laranjeira, declarou que "Paulo Maluf nunca teve conta bancária no exterior". Ontem, a Folha telefonou para o hotel em que Maluf está hospedado, em Montecarlo, não tendo conseguido localizá-lo no apartamento até o fechamento desta edição.
A nota distribuída por Laranjeira acrescenta que "Paulo Maluf foi prefeito de São Paulo até dezembro de 1996, com aprovação de 90%, segundo vários institutos de pesquisa". Ele disse que "as contas da administração Paulo Maluf foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Município com louvor". A nota afirma ainda que "não existe na Justiça criminal nenhuma condenação de Paulo Maluf".
Na semana passada, em entrevistas concedidas por telefone à Folha, Maluf reafirmou que prestou declarações às autoridades francesas "por livre e espontânea vontade" e que não é o titular de uma conta no banco Crédit Agricole. Disse que o depósito no banco seguiu os procedimentos formais. "Eu disse [às autoridades] que o dinheiro tem origem legal, está tudo declarado. É um patrimônio que tenho há mais de meio século", disse.
Maluf referia-se à parte relativa a um terreno herdado do pai, em 1943, vendido no início do ano por R$ 8 milhões. "Uma parte desse dinheiro mandei para cá [Paris], e a outra ficou comigo, no Brasil", disse em entrevista coletiva, em Paris, na quinta. Maluf disse que "uma das transferências para o total da conta veio de uma fundação [a Blackbird], está registrada no imposto de renda, de mais ou menos US$ 1,5 milhão": "[A fundação] é do meu filho, criada por questões de herança".


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