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PRIVATIZAÇÃO
31 outros pedidos de impedimento da venda hoje foram negados
Três liminares impedem
leilão do Sistema Telebrás
e da Agência Folha
Três liminares, duas suspendendo o leilão de todo o
Sistema Telebrás e outra suspendendo só a
venda da Embratel Participações S.A., foram
concedidas ontem por juízes da
Justiça Federal do Rio e da Bahia.
Para os consultores jurídicos do
Ministério das Comunicações, as
decisões inviabilizavam o leilão do
Sistema Telebrás, previsto para ser
realizado a partir das 10h de hoje.
Os consultores descartaram a
realização parcial do leilão, se as
liminares não forem cassadas até o
início do pregão.
Pelo balanço do ministério, foram apresentadas em todo o país
89 ações contra a realização do leilão, das quais 31 tiveram os pedidos de liminares negados.
Rio
Às 19h de ontem, a juíza Valéria
Caldi Magalhães, da 17ª Vara da
Justiça Federal do Rio, concedeu
liminar para a ação popular ajuizada segunda-feira pelo professor
da UFRJ Luiz Pinguelli Rosa.
A ação pede a suspensão de todo
o leilão sob o argumento de que
houve subavaliação na fixação do
preço de venda. Para fundamentar
seu pedido, usa um estudo elaborado pela Coppe/UFRJ e pela Unicamp.
O juiz da 6ª Vara Federal da Bahia, Itajiba Neto, também concedeu liminar que suspende o leilão.
A ação que originou a liminar foi
assinada pelo advogado José Cerqueira Neto, que trabalha com o
deputado federal Walter Pinheiro
(PT-BA).
De acordo com o advogado, o
governo não cumpriu o artigo 11
da Lei de Privatização.
O artigo determina que o governo envie o quadro de pessoal da
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no prazo máximo
de 90 dias para o Congresso.
"Um ano depois de sancionada
a lei, o governo ainda não cumpriu a sua obrigação", disse o deputado Walter Pinheiro.
Embratel
Às 12h20 de ontem, o juiz Edward Carlyle Silva, da 1ª Vara Federal do Rio, já havia concedido
liminar a uma ação civil pública
ajuizada segunda-feira pelo Ministério Público. Nela, é pedida a
suspensão do leilão da Embratel.
As liminares da Bahia e Rio ainda não tinham sido sequer questionadas pelo governo até o fechamento desta edição.
Para a assessoria jurídica do ministério, ainda que o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) consiga abrir o leilão, os investidores
não irão arriscar a participação
enquanto houver pendência judicial.
No início da noite, o presidente
do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Celso de Mello, negou o restabelecimento da liminar
da Justiça Federal de Campinas
que havia suspendido a assembléia da Telebrás que cindiu a estatal em 12 holdings regionais.
Governo
O advogado-geral da União, Geraldo Quintão, disse ontem que
grupos corporativistas, políticos e
ideológicos "querem transformar
o leilão de privatização da Telebrás em campanha eleitoreira".
Ele diz que esses grupos estão tumultuando o Poder Judiciário.
Quintão criticou setores do Ministério Público que estariam "se
associando a sindicatos" em busca
de conveniência ou oportunidades "para colocar a Justiça a serviço do corporativismo". Não citou
onde isso estaria ocorrendo.
As liminares contra o leilão foram concedidas apesar da decisão
do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de que todas as ações civis
públicas deveriam ser concentradas na 8ª Vara Federal de Brasília.
A Folha apurou que, até o início
da tarde, a Justiça Federal do Rio
ainda não havia recebido nenhuma comunicação do STJ sobre a
decisão de concentrar as ações em
Brasília.
Paraná
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região (que abrange a
região Sul do Brasil e tem sede em
Porto Alegre) cassou ontem à noite a liminar concedida na cidade
paranaense de Umuarama que
suspendia o leilão da Telebrás.
A juíza Ellen Gracie Northfleet,
presidente do Tribunal de Porto
Alegre, alegou que todas as decisões urgentes em ações populares
sobre o leilão da Telebrás que podem resultar em liminar devem
ser apreciadas em Manaus.
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