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PRESIDENTE
Presidenciável do PPS é aconselhado de novo por assessores para moderar tom de declarações
Frente atribui queda ao próprio Ciro
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrantes da coordenação da
campanha de Ciro Gomes (PPS) à
Presidência da República avaliaram ontem que parte da culpa pela queda do ex-governador nas
pesquisas de opinião deve ser atribuída ao próprio candidato, autor
das frases levadas ao ar no programa eleitoral de José Serra (PSDB).
As declarações de Ciro referindo-se a um ouvinte na Bahia como "burro" e afirmando ter estudado a vida toda em escolas públicas têm sido os principais instrumentos do tucano na tentativa de
carimbá-lo como "desequilibrado" e "mentiroso".
Embora todos concordem que
as afirmações foram retiradas do
contexto e que há explicações para os deslizes de Ciro -cansaço,
pressão e até mesmo, como costumam dizer, o temperamento "indignado" do ex-governador-,
avaliam também que a estratégia
de Serra não teria surtido efeito se
as frases não existissem.
Outro exemplo de erro do gênero cometido pelo candidato, dizem, foi o de ter negado o microfone a um estudante negro da
Universidade de Brasília, no início do mês, alegando que ele não
poderia ter essa prerrogativa apenas por ser negro, já que ninguém
mais tivera a mesma chance.
Interlocutores do candidato do
PPS já chegaram a receber denúncias de pessoas interessadas na
compra de imagens ou de declarações gravadas de Ciro que sigam o mesmo tom e que possam
comprometer a candidatura.
Emitiram um alerta sobre a possibilidade de provocações em
eventos públicos feitas justamente com o objetivo de reprodução
no horário eleitoral.
Diante disso, o presidenciável,
como já aconteceu em diversas
outras ocasiões na campanha, foi
novamente aconselhado a moderar o tom de suas declarações.
O argumento utilizado foi o de
que mesmo sendo naturais, alguns erros de campanha podem
acabar sendo potencializados, em
especial quando partem do candidato ou de aliados próximos. Dado de maneira sutil, o recado, avaliam, foi absorvido por Ciro.
Há setores da campanha, entretanto, que vêem a queda nas pesquisas não como um erro do candidato, mas como uma tentativa
de fraude nas eleições.
Por isso o PDT de Leonel Brizola prepara uma petição para ser
encaminhada à Internacional Socialista, entidade à qual a sigla é filiada, solicitando uma auditoria
internacional para o acompanhamento do processo eleitoral.
Tasso
Após análise de pesquisas qualitativas feitas para avaliar o programa de TV do pepessista, foi
decidido que, além da mulher de
Ciro, a atriz Patrícia Pillar, também seus aliados da Frente Trabalhista e de outros partidos deverão participar do programa eleitoral. A primeira contribuição de
Patrícia poderá ir ao ar ainda hoje.
Já a presença dos políticos está
programada para a próxima semana. Cogitou-se até mesmo a
participação de Tasso Jereissati.
Desistiram após advogados da
Frente afirmarem que a iniciativa
poderia levar à cassação da candidatura do tucano ao Senado.
Tasso e o presidente do PFL,
Jorge Bornhausen, participaram
de reunião ontem em São Paulo
com Walfrido Mares Guia (PTB),
um dos coordenadores da candidatura, para discutir a campanha.
Contrários aos ataques pessoais a
Serra e ao presidente Fernando
Henrique, defenderam que as
chamadas incongruências tucanas sejam levadas ao ar de maneira "educada e consistente".
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