|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO CC-5
Polícia dos EUA deve rastrear bens de brasileiros no país
Parlamentares da CPI do Banestado conseguem a colaboração do FBI
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Senadores e deputados da CPI
mista do Banestado acertaram a
colaboração do FBI (a polícia federal americana) na investigação.
Em uma reunião no escritório
nova-iorquino do FBI, comprometeram-se a mandar à polícia
americana 170 nomes de brasileiros que têm imóveis nos EUA e
que não os incluíram em suas declarações de Imposto de Renda.
A idéia é que o FBI ajude a rastrear outros imóveis que essas
pessoas podem ter comprado no
país. A partir disso, autoridades
brasileiras poderiam pedir o bloqueio da propriedade dos bens
-cuja posse, nessas condições, é
indicativa de crime tributário.
Esses 170 nomes fazem parte de
um grupo de mais de 600 pessoas
físicas e jurídicas brasileiras que
detêm imóveis nos EUA, segundo
o que apurou a Receita Federal. Só
o primeiro grupo, porém, está em
situação irregular com a Receita.
Alguns dos imóveis valem mais
que US$ 1 milhão.
Para mandar os nomes aos
EUA, o presidente da CPI, o senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT), precisa de uma autorização da comissão. "Será dada", diz ele. "Vamos encaminhar
para que o FBI faça um rastreamento. Muito provavelmente há
mais imóveis do que aqueles que
a Receita Federal detectou."
Paes de Barros diz ainda que o
FBI deverá colaborar também nas
investigações sobre o dinheiro
que passou pela agência do Banestado em Nova York, o foco da
CPI. Ontem, ele tratou do tema
também com funcionários do
banco Itaú, que assumiu o controle do Banestado.
"Eles disponibilizaram para nós
168 novas contas do Banestado.
Estamos checando a movimentação", afirma o senador.
Após dois dias de reuniões em
Nova York, os integrantes da CPI
retornam hoje ao Brasil.
Um dos desafios será remeter
ao país os documentos que obtiveram nos EUA. As informações
que receberam do Itaú estão em
seis caixas; as que conseguiram na
Procuradoria de Nova York anteontem estão em 270.
A CPI vai deixar técnicos em
Nova York para que trabalhem na
remessa de documentos ao Brasil.
A princípio, ficarão por uma semana, mas Paes de Barros já fala
na possibilidade de fazer revezamento dos técnicos de acordo
com a necessidade da CPI.
Texto Anterior: História: Greves foram "embrião" da central Próximo Texto: Regime militar: Advogado de famílias do Araguaia critica recurso judicial do governo Índice
|