|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GRAMPO NO BNDES
Alberto Cardoso, chefe da Casa Militar, afirmou que nunca conversou com Temílson Resende
General nega conversa com suspeito
da Sucursal de Brasília
O general Alberto Cardoso, chefe da Casa Militar da Presidência,
disse que nunca conversou com o
analista de informações Temílson
Antônio Barreto de Resende, o
Telmo, lotado no Rio na representação da SSI (Subsecretaria de
Inteligência) da Casa Militar.
"Se ele tivesse me procurado, teríamos conversado. É natural um
chefe atender o pedido de um subordinado que quer conversar",
disse Cardoso.
Telmo é um dos principais suspeitos, segundo a Polícia Federal,
de ter feito em 98 o grampo nos
telefones do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) durante a privatização do Sistema Telebrás.
Na avaliação do general, Telmo
mentiu na conversa grampeada
pela PF se quis dizer que havia falado com ele no Rio, no dia 24 de
abril passado, sobre o grampo durante o processo de privatização.
A assessoria do general informou que ele ficou em Brasília nessa data. Um dia depois, Telmo
disse no telefone grampeado que
havia conversado na véspera com
alguém que iria depor em uma
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito). Cardoso depôs no dia
27 na CPI do Narcotráfico.
O general negou que tenha viajado ao Rio para acertar detalhes
de seus depoimentos à PF com
Telmo e com o chefe da representação local da SSI da Casa Militar,
João Guilherme Almeida.
Cardoso rejeitou a idéia defendida por procuradores da República de que tenha havido contradições entre o seu depoimento e o
do chefe da SSI no Rio.
"Como se passaram quase oito
meses entre os fatos e os depoimentos, é natural ter havido algum problema no que falamos,
sem que isso signifique alguma
contradição", disse Cardoso.
Cardoso não quis falar sobre as
acusações que pesam contra Telmo. A Folha apurou que o general
tentou afastar Telmo da representação da SSI no Rio de Janeiro por
seu suposto envolvimento com
bicheiros do Rio.
No final de dezembro de 98,
Cardoso foi informado sobre a
existência de um procedimento
na SSI que apurava as acusações
contra Telmo. Nessa época, começaram a surgir notícias sobre o
suposto envolvimento de Telmo
com o grampo no BNDES.
Seu afastamento chegou a ser
publicado no "Diário Oficial" da
União, há cerca de três meses.
Mas a decisão foi revogada dois
dias depois pelo setor administrativo do governo porque iria ferir o
regime jurídico dos servidores
públicos.
Telmo voltou ao trabalho, mas
ficou na "geladeira". Por ordem
do general, ele não participa das
atividades na representação da
SSI, onde funcionará a filial da futura Abin (Agência Brasileira de
Inteligência).
(ABNOR GONDIM)
Texto Anterior: Escuta em arapongas amplia mistério Próximo Texto: Adilson ainda faz grampos Índice
|