São Paulo, Domingo, 29 de Agosto de 1999
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Adilson ainda faz grampos

da Sucursal do Rio

No 15º andar de um prédio comercial no largo de São Francisco, centro do Rio, funciona o escritório de um dos suspeitos do grampo no BNDES, Adilson Alcântara de Matos, 36.
A empresa de Matos, Visam Investigações e Segurança Ltda., ocupa duas salas pequenas. Matos diz que, desde que seu nome veio à tona como um dos suspeitos do grampo, viu sua clientela diminuir mais de 70%.
Na última terça-feira, ele conversou com a reportagem da Folha, mas impôs uma condição: nada de gravador ou fotos.
Matos continua sobrevivendo da bisbilhotagem contratada. Sua principal atividade é a instalação de grampos em empresas e ele diz que a demanda é grande.
A informação contradiz seu depoimento na Polícia Federal, no dia 30 de abril, quando disse nunca ter feito grampos telefônicos.
Amigo há mais de 13 anos do principal suspeito pelos grampos, Temílson Antônio Barreto de Resende, o Telmo, Matos diz que só soube a verdadeira profissão do colega depois do escândalo.
""Pensava que ele era apenas funcionário do Ministério da Fazenda", diz, procurando aparentar uma ingenuidade impensável para quem foi agente do serviço de inteligência da Marinha.
Adilson nega ter feito o grampo do BNDES e diz que desconhece seus autores. Para ele, o caso só será desvendado quando os autores quiserem. ""A verdade virá à baila em dez anos", arrisca.






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