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Acusados negam envolvimento e se recusam a falar
da Sucursal do Rio
""Estou com meu nome na lama.
Não tenho nada para falar", reagiu o principal suspeito do grampo telefônico no BNDES, Temílson Antônio Barreto de Resende,
o Telmo, ao ser procurado pela
Folha.
O advogado de Telmo, Carlos
Kenigsberg, disse que vai entrar
com ações de indenização por danos morais contra todos que o envolveram no escândalo. Sem citar
nomes, afirmou que vai iniciar os
processos em setembro.
""Imagine o que é estar em outdoor e em bancas de jornal igual à
Tiazinha", disse Kenigsberg, para
resumir os transtornos pelos
quais seu cliente vem passando.
Telmo foi afastado da função de
analista de informações da agência da SSI (Subsecretaria de Inteligência da Presidência da República) no centro do Rio. A Casa Militar, em Brasília, informou que o
agente está fazendo apenas trabalhos burocráticos.
O chefe do escritório da SSI no
Rio, João Guilherme dos Santos
Almeida, que também prestou
depoimento na Polícia Federal,
não recebeu a Folha.
Santos Almeida foi a primeira
pessoa a informar o chefe da Casa
Militar, general Alberto Cardoso,
sobre a existência de ""material
comprometedor" (as fitas do
BNDES) contra o governo.
Os depoimentos de Santos Almeida e do general Cardoso à PF,
porém, deram início a uma contradição que o inquérito ainda
não conseguiu solucionar.
O general disse que o chefe da
agência no Rio lhe falou a respeito
de "gravações de telefonemas em
torno da privatização da Telebrás", com um diálogo de FHC.
Santos Almeida disse ter contado ao general apenas sobre um
"material comprometedor" contra o presidente da República,
sem especificar que tipo de material era nem o assunto.
Insatisfeito, o Ministério Público pediu uma acareação entre
eles. A "acareação" aconteceu
sem que os dois ficassem frente a
frente para o confronto de informações. Foram ouvidos separadamente e apenas ratificaram
suas declarações. Com isso, a contradição no inquérito permanece.
O ex-superintendente da PF no
Rio Edson de Oliveira, que teve
vários diálogos com Telmo captados na escuta autorizada pela Justiça, está suspenso de suas funções desde o início deste ano.
Oliveira -juntamente com
Telmo- foi denunciado no processo que investiga o pagamento
de propinas a policiais por parte
de bicheiros. O delegado está suspenso até que a ação seja julgada.
O ex-superintendente continua
recebendo seu salário, de aproximadamente R$ 6.000 líquidos.
Procurado pela Folha, Oliveira
não quis comentar seu envolvimento com Telmo.
O ex-policial federal Célio Arêas
Rocha, terceiro suspeito da escuta
no BNDES a ter o telefone grampeado pela Justiça, nega a autoria
do grampo e diz que está à disposição da polícia para esclarecimentos. Rocha foi demitido da
PF, em 1991, depois de responder
a processo disciplinar.
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