São Paulo, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999
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NO AR

Pobreza intolerável


NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Com atraso, a Globo deu ontem a declaração de Pedro Malan sobre o desejo do FMI de "auxiliar no combate à pobreza".
Desejo repisado também ontem por Michel Camdessus, diretor-gerente do Fundo, que falou em "pobreza intolerável no fim do século 20".
Mas disse o brasileiro, na Globo:
- É um tema altamente controvertido. O Fundo não é uma instituição preparada, em termos dos seus recursos humanos, da sua história, da sua tradição, para de repente ser um analista profundo de situações sociais.
É extravagante, para dizer o menos, alguém ser contra o combate da pobreza, por "tradição". Em plena reunião anual em Washington, onde já trabalhou, o brasileiro está à direita do FMI.
Ou talvez esteja no extremo contrário. O ministro deu outro motivo para a sua oposição ao combate à pobreza desejado pelo Fundo Monetário Internacional:
- O Fundo não gere gastos nem poderia. Seria descabido se o fizesse, porque é uma decisão soberana de cada país como é que é a composição de seus gastos.
"Soberania" é a justificativa. E Pedro Malan se revela, afinal, um nacionalista para lá de Leonel Brizola.

Na estréia da Rede Pública de TV, anteontem, as estrelas foram: ministro da Casa Civil no Opinião Brasil, presidente do Banco Central no Conversa Afiada, presidente da Anatel no Roda Viva.
De "pública" a rede tem bem pouco. Na linha da TV Senado e da TV Câmara, está mais para TV Governo, só que com transmissão aberta para todo o país, menos Amapá.
Sobre Paulo Henrique Amorim e seu Conversa Afiada, vale lembrar que a marca que deixou na Band foi a campanha contra Lula, às vésperas da última eleição.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br


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