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NO AR
Pobreza intolerável
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Com atraso, a Globo deu
ontem a declaração de Pedro
Malan sobre o desejo do FMI
de "auxiliar no combate à pobreza".
Desejo repisado também ontem por Michel Camdessus, diretor-gerente do Fundo, que falou em "pobreza intolerável no
fim do século 20".
Mas disse o brasileiro, na
Globo:
- É um tema altamente
controvertido. O Fundo não é
uma instituição preparada, em
termos dos seus recursos humanos, da sua história, da sua
tradição, para de repente ser
um analista profundo de situações sociais.
É extravagante, para dizer o
menos, alguém ser contra o
combate da pobreza, por "tradição". Em plena reunião
anual em Washington, onde já
trabalhou, o brasileiro está à
direita do FMI.
Ou talvez esteja no extremo
contrário. O ministro deu outro motivo para a sua oposição
ao combate à pobreza desejado
pelo Fundo Monetário Internacional:
- O Fundo não gere gastos
nem poderia. Seria descabido
se o fizesse, porque é uma decisão soberana de cada país como é que é a composição de
seus gastos.
"Soberania" é a justificativa.
E Pedro Malan se revela, afinal, um nacionalista para lá de
Leonel Brizola.
Na estréia da Rede Pública
de TV, anteontem, as estrelas
foram: ministro da Casa Civil
no Opinião Brasil, presidente
do Banco Central no Conversa
Afiada, presidente da Anatel
no Roda Viva.
De "pública" a rede tem bem
pouco. Na linha da TV Senado
e da TV Câmara, está mais para TV Governo, só que com
transmissão aberta para todo o
país, menos Amapá.
Sobre Paulo Henrique Amorim e seu Conversa Afiada, vale lembrar que a marca que
deixou na Band foi a campanha contra Lula, às vésperas da
última eleição.
E-mail: nelsonsa@uol.com.br
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