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Governo prevê tempos "tranqüilos"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O governo comemorou a vitória de Aldo Rebelo (PC do B-SP)
para presidente da Câmara prevendo tempos "mais tranqüilos"
no seu relacionamento com os
deputados, apesar de reconhecer
que as dificuldades que resultaram em inúmeras derrotas nos últimos meses persistem.
"Sem dúvida, essa vitória contribui para uma maior tranqüilidade para nós na Câmara. Agora,
dizer que é uma nova era para o
governo seria um exagero", declarou o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Os líderes da base tentaram fazer um contraste do novo período
com o de Severino Cavalcanti
(PP-PE). "Para a Câmara, a eleição do Aldo vai trazer a normalidade. Claro que diminui o patamar da crise", disse Chinaglia.
O presidente do PSB, deputado
federal Eduardo Campos (PE),
afirmou que a vitória do comunista é "muito importante para a
Câmara devido à crise de credibilidade pela qual ela passa".
O líder do PSB, Renato Casagrande (ES), previu um "período
de recuperação". "O Aldo vai conseguir agregar os partidos e trabalhar para recuperar a imagem do
Legislativo", declarou.
Derrotado no primeiro turno, o
corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) reconheceu que o
"rolo compressor" do governo
funcionou. "Faz tempo que não
vejo o governo trabalhar. Não tenho mágoa desse processo, só tenho ensinamentos", declarou.
Já o presidente do PP, deputado
Pedro Corrêa (PE), disse o que vários deputados do partido ontem
admitiam discretamente. O partido votou com o governo devido à
pressão do Planalto, que ameaçou
retaliar contra o cargo no primeiro escalão, o Ministério das Cidades. "Nós trabalhamos para manter nosso ministério no governo."
A oposição passou a carimbar
Aldo como um presidente submisso ao Planalto. E insinuou que
ele poderá auxiliar os deputados
sob risco de cassação. "Ele [Aldo]
é mais dependente [do governo]
porque tem mais compromisso
com essa gente do "mensalão".
Provavelmente vamos ter mais
crise ainda", declarou o líder do
PSDB, Alberto Goldman (SP).
O deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL-RS) atacou o fato de
Aldo ter sido testemunha de defesa de José Dirceu (PT-SP) no seu
processo de cassação. Já o presidente do PPS, Roberto Freire
(PE), disse que a vitória de Aldo
mostra que a Câmara está "esquizofrênica". "A Câmara cassa o Jefferson por causa de "mensalão" e
agora elege o coordenador político do governo do "mensalão"."
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