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Lula mobiliza ministros para pressionar aliados
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O Palácio do Planalto promoveu ontem uma grande mobilização de ministros, prefeitos e lideranças partidárias em
uma articulação de última hora
para angariar votos em favor
de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e
retomar o controle da Câmara
dos Deputados.
Capitaneadas pelo coordenador político do governo, Jaques
Wagner, as ações do Planalto
levaram três ministros para o
Congresso para negociar com
suas respectivas bancadas:
Walfrido Mares Guia (Turismo), do PTB; Márcio Fortes
(Cidades), indicado pelo PP; e
Alfredo Nascimento (Transportes), do PL. Cada um deles
apresentou um pacote de promessas.
A negociação mais tensa foi a
do PTB. Após a confirmação
do placar do primeiro turno, o
candidato Luiz Antônio Fleury
Filho (SP) ameaçou deixar a legenda. "Não tive todos os votos
dentro da bancada, a partir de
hoje estou me desfiliando do
PTB", disse na reunião. Imediatamente, o líder da bancada,
José Múcio (PE), tentou acalmá-lo e reverteu a situação.
Logo depois, Mares Guia chegou à reunião, fazendo um discurso emocionado em que pedia votos para Aldo. "Se vocês
me traírem, entrego o cargo",
disse. O ministro assegurou
ainda aos petebistas a liberação
de R$ 50 milhões em emendas
parlamentares.
A reunião teve cenas de choro de alguns deputados e terminou com o anúncio de apoio
a Aldo. Resolvido o problema
com o PTB, os governistas seguiram em marcha para o plenário aos gritos de "o PTB fechou, ganhamos a eleição".
No PP, a interferência do ministro rendeu promessa de liberação de emendas represadas. "O ministério está aberto a
vocês. A execução do orçamento é um compromisso meu",
declarou Fortes.
No PL, a operação de convencimento já havia sido deflagrada anteontem, quando o partido foi levado a desistir de candidatura própria. "O PL está fechado com o Aldo, prova disso
é a presença do ministro aqui",
disse Inocêncio Oliveira (PE),
em referência ao ministro dos
Transportes.
Os ministros do PMDB Hélio
Costa (Comunicação) e Saraiva
Felipe (Saúde) também ajudaram: o primeiro prometeu liberar concessões de rádios comunitárias e, o segundo, cargos na
Funasa.
Os prefeitos de Campinas,
Hélio Oliveira Santos, e de Salvador, João Henrique Carneiro, disseram ter conseguido para Aldo 6 dos 18 votos do PDT.
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