DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de trabalhar pela vitória governista, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), rebateu ontem as críticas feitas a ele pelo presidente de seu partido, deputado Michel Temer (SP), que retirou a candidatura por falta de apoio.
O presidente do Senado afirmou também que o placar apertado da eleição para a presidência da Câmara reflete o momento de crise no Congresso.
Renan refutou a acusação de Temer de que trabalhou contra sua candidatura, afirmando que o peemedebista não foi capaz de viabilizar-se. "As pessoas costumam procurar culpados por seus fracassos e por seus erros. Com relação a essas críticas e injustiças que o Michel me fez, vou poupar meu fígado para celebrar a vitória da democracia", afirmou.
Renan recebeu o apoio do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que foi cumprimentá-lo após o término da votação. "Você se conduziu com coerência de valores e a experiência do Senado. As críticas [de Temer] são injustas", disse Mercadante.
Sobre a diferença de 15 votos entre o candidato do governo, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o da oposição, José Thomaz Nonô (PFL-AL), o presidente do Senado disse que o resultado expressa "a circunstância de crise que o Parlamento está vivendo".
"Se levarmos em conta que o Aldo deixou o ministério por dificuldade do governo na relação com o Congresso e depois foi eleito presidente da Câmara, isso significa uma vitória da instituição", disse Renan.
"O resultado apertado mostra que o governo, com toda a máquina utilizada, ganhou pela diferença dos cassáveis", disse o líder do PFL, senador José Agripino (RN). Acusados de envolvimento com o esquema do "mensalão", 18 deputados podem perder seus mandatos. Eles apostaram na vitória de Aldo para tentar reverter o processo.
Senadores da oposição operaram até o último momento para tentar garantir a vitória de Nonô, sem sucesso. (FERNANDA KRAKOVICS)


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