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CASO MALUF
Médicos descartam infarto e família reclama de liberação "precoce" do ex-prefeito, após 24 horas internado
Maluf tem alta e retorna para cela na PF
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após permanecer 24 horas internado no Instituto do Coração
(Incor) do Hospital das Clínicas, o
ex-prefeito Paulo Maluf (PP) regressou ontem à carceragem da
Polícia Federal em São Paulo, onde ele e o filho Flávio dividem
uma cela desde o dia 10.
Maluf havia sido internado com
dores no peito. No Incor, após um
exame de cateterismo, os médicos
descartaram a possibilidade de
infarto. O exame, no entanto, indicou a existência de artérias coronárias dilatadas e tortuosas.
O tratamento para este quadro
clínico, segundo a equipe médica,
é feito por meio de medicamentos. Além das pílulas que Maluf
toma diariamente -aspirina infantil para afinar o sangue, Lipitor
e Ezetrol para diminuir o colesterol, pastilhas de vitamina E e de
Selênio e cápsulas de alho-, os
médicos acrescentaram o Clopidogrel (também para afinar o
sangue) e o Omeprazol (para a
dor estomacal).
Segundo a equipe médica do Incor, o ex-prefeito recebeu alta
hospitalar ontem, às 11h, porque
está bem de saúde e não apresentou qualquer problema durante a
noite. Não houve interferência judicial para que o ex-prefeito voltasse à carceragem.
Ainda ontem pela manhã, Maluf não quis se submeter a um
exame de endoscopia gástrica para tentar diagnosticar as dores no
estômago -apesar de uma recomendação médica.
O ex-prefeito alegou cansaço e,
como o exame não era prioridade
no tratamento, mas sim o coração, Maluf foi liberado e deixou o
hospital. O tempo de recuperação
de um exame de cateterismo é de
no mínimo 24 horas.
O ex-prefeito retornou para a
mesma cela de aproximadamente
12 metros quadrados que dividia
com o filho Flávio, no 3º andar do
prédio da sede da PF.
Na mesma cela dos Maluf está
detido um homem de nacionalidade turca, que foi preso no Aeroporto Internacional de São Paulo.
Os três têm curso superior. O libanês que estava detido com os Maluf deixou a carceragem da PF na
noite anterior à transferência de
Maluf para o hospital.
Agentes da Polícia Federal informaram ontem que o ex-prefeito aparentava estar bem disposto,
após a volta do Incor. Disseram
que Maluf, com o sorriso característico, cumprimentou as pessoas
que encontrou.
Preocupação
A assessoria do ex-prefeito divulgou nota ontem informando
que a família está preocupada
com o estado de saúde de Maluf.
"O ex-prefeito de São Paulo
continua sofrendo dores muito
fortes. Paulo Maluf não deveria
ter saído do hospital onde estava
antes de exames mais apurados,
durante 48 horas, pelo menos, como manda a lei e conforme vários
especialistas se manifestaram nos
jornais de hoje", escreveu o assessor de imprensa de Maluf, Adilson Laranjeira.
A equipe médica, no entanto,
informou que, desde a noite de segunda-feira, quando o ex-prefeito
sentiu as primeira dores, ele passou por todos os exames necessários para a prevenção de doenças
coronarianas. Os médicos informaram ainda que a alta hospitalar
foi dada porque o paciente encontrava-se bem.
A juíza da 2ª Vara Federal, Sílvia
Maria Rocha, deverá analisar hoje
o pedido de revogação da prisão
de Maluf e de Flávio. O pedido foi
feito por advogados dos Maluf,
que sustentam que seus clientes
têm o direito de responder à ação
em liberdade. A Procuradoria da
República se manifestou de forma
contrária à revogação.
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