CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A primeira reunião de cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) começa hoje em Brasília com quórum de 50% dos 12 presidentes da região. Como é de praxe, Néstor Kirchner, presidente da Argentina, ainda faz suspense sobre sua participação. Até ontem, ele não havia confirmado presença na reunião do projeto de integração idealizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fontes da chancelaria argentina disseram à Folha que há 90% de chances de Kirchner aparecer para o jantar que será oferecido por Lula hoje no Itamaraty. "A Casa tem três grandes desafios imediatos: convergir as instituições de integração, unir os países fisicamente por meio de projetos de infra-estrutura e resolver o problema de financiamento para esses projetos", disse Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência.
Além disso, a região ainda tem de resolver um outro problema, de cidadania. Ontem representantes das Câmaras Comerciais do Mercosul entregaram uma petição no Ministério da Justiça para que o Brasil ofereça isonomia de tratamento aos sul-americanos com residência fixa no país.
"Um integrante do Mercosul que reside há 30 anos no Brasil tem que avisar a Polícia Federal quando muda de endereço e não pode comprar lotes em regiões litorâneas. Essa é uma lei da ditadura", disse Juan Acosta, vice-presidente da comissão que coordena o projeto da Lei do Imigrante, proposto pelas Câmaras de Comércio dos países do Mercosul.
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, não virá à cúpula e será representado pelo vice-presidente. A chancelaria uruguaia critica o que classifica de tentativa de liderança imposta pelo Brasil.
Não virão ainda os presidentes de Colômbia, Guiana e Suriname. Segundo o Itamaraty, a intenção é criar ações que "tragam a Guiana e o Suriname para uma convivência mais freqüente".
O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, não vai comparecer ao jantar de hoje, mas participa da reunião entre os presidentes amanhã. O peruano Alejandro Toledo, presidente pró-tempore do grupo neste ano, confirmou presença e vai passar a presidência da Casa para o boliviano Eduardo Rodríguez, que também confirmou presença.
Também chegam hoje Chávez, o principal defensor da união sul-americana, e os presidentes do Chile, Ricardo Lagos, e do Equador, Alfredo Palácio.


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