São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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Governo é descrito como "aberto ao diálogo"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Enquanto o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é apresentado como ""radical", o comportamento do governo é descrito como "sempre aberto ao diálogo com o MST" na publicação "Frutos do Diálogo".
De acordo com as edições em espanhol e inglês, produzidas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, os sem-terra promoveram, de 97 a 2000, "atos radicais, como invasões de terra, saques, sequestros e ocupação de edifícios públicos".
Suas reivindicações, segundo o texto, estão "impregnadas de caráter ideológico".
A publicação narra o processo de negociação do empréstimo de R$ 2.000 para 110 mil famílias de assentados nas condições da linha A do Pronaf (com juros de 1,15% e desconto de 40% do capital emprestado). O impasse continua e novas manifestações dos sem-terra são esperadas para depois do segundo turno das eleições.
A negociação, intermediada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), fracassou, segundo os mediadores, por culpa do governo.
O MST afirma que a postura "intransigente" do governo fez com que os assentados perdessem a safra. O ministério aceitava o empréstimo, mas com juros maiores e desconto menor.
Essa negociação é descrita como um "processo de construção do diálogo com o MST". O papel mediador da CNBB é considerado "fundamental".
A comparação da pauta do MST com as propostas do governo mostra a dificuldade do diálogo. Enquanto o movimento reivindicava o assentamento imediato das famílias, o governo propunha a participação dos sem-terra no Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentado.


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