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SAÚDE
Cirurgia para desobstruir coronária é preparatória
para operação que vai avaliar extensão de tumor do governador
Covas é internado hoje e passará por operação amanhã
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Mário Covas
(PSDB), 70, será internado hoje à
noite no Instituto do Coração e
submetido amanhã de manhã a
uma cirurgia para a desobstrução
de uma coronária (uma das artérias que irrigam o coração).
A operação tem como objetivo
preparar o governador para a realização da cirurgia que pretende
averiguar a extensão do tumor
maligno detectado entre a bexiga
e o reto (porção final do intestino).
Um tubo plástico será inserido
na artéria do coração, uma das
três que receberam implante de
pontes em 1987, para tentar reverter os 90% de obstrução diagnosticados pelos exames.
Em seguida, deverá ser introduzida uma espécie de mola na coronária (stent), na tentativa de
mantê-la aberta, diminuindo assim os riscos de um infarto.
Testes realizados em julho concluíram que as outras duas artérias de Covas, safenas, operadas
há 13 anos, estão totalmente desobstruídas.
Na semana passada, a equipe
médica responsável pelo tratamento do governador confirmou
a existência de um tumor de cerca
de dois centímetros de diâmetro
na região pélvica.
De acordo com os médicos, a lesão, que apareceu na mesma área
já afetada pela doença em 98,
""aparentemente" invadiu o intestino. Outros órgãos estariam por
enquanto preservados.
De acordo com o médico particular de Covas, o infectologista
David Uip, a cirurgia para uma
eventual remoção do tumor da
bexiga não deve acontecer antes
da próxima semana.
""Se tudo correr bem, o governador receberá alta hospitalar dois
dias depois da desobstrução e poderá voltar para casa. Só recomendaremos que ele tenha nesse
período uma vida um pouco mais
calma", disse.
Assim que o quadro clínico do
governador for considerado adequado, ele deverá ser submetido à
segunda cirurgia.
""Além de quantificar a recorrência do câncer, com essa operação queremos levar alívio ao governador, que vem sentindo desconforto intestinal e dores", explicou o urologista Sami Arap.
Por enquanto, a primeira opção
terapêutica da equipe é a remoção
do tumor e do pedaço do intestino afetado pela doença.
Em dezembro de 98, Covas foi
submetido a uma cirurgia para a
retirada da bexiga, em cuja parede
lateral esquerda foi detectado um
tumor maligno. O câncer foi identificado em uma operação para a
extração de um tumor benigno de
próstata. Com a extração do órgão, uma nova bexiga foi construída com partes do intestino
(neobexiga).
Segundo os médicos, a reincidência do tumor foi causada por
células cancerígenas microscópicas que permaneceram no corpo
do governador.
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