|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEITORADO
Governistas estão na frente, mas oposição pode dar o troco em 29 cidades onde concorre
Hegemonia em grandes centros é alvo de partidos
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Está em jogo hoje nas disputas
das prefeituras em 31 cidades a
busca da hegemonia nos grandes
centros do país. Tudo indica que
nenhum partido sairá com posição muito superior aos demais.
Os principais centros urbanos
do Brasil têm hoje um eleitorado
de 36,4 milhões, o equivalente a
33,14% do total do país. São as 62
cidades mais importantes -os 36
municípios com mais de 200 mil
eleitores e as 26 capitais que tiveram eleição para prefeito. Brasília
só tem governador.
Em 31 cidades desses grandes
centros, a eleição foi decidida no
primeiro turno. Hoje, outros 31
municípios finalizam a disputa
em segundo turno.
Até agora, os partidos governistas estão na frente. Venceram em
10 das 31 cidades em que houve
definição no primeiro turno.
A oposição pode dar o troco hoje. Está presente nas disputas em
29 cidades.
Por enquanto, há um grande
desequilíbrio a favor dos governistas nas 62 cidades mais importantes: governam 44 municípios
contra 18 da oposição.
O partido com chances de obter
o maior crescimento é o PT. Disputa em 16 das 31 cidades em que
há segundo turno. Nas contas dos
dirigentes petistas, a sigla deve
conseguir vitória em metade dessas localidades.
Mas mesmo que conseguisse
ganhar em todas as 16 cidades no
dia de hoje, o PT contaria com
apenas 20 das 62 cidades mais importantes. Seria uma grande vitória, mas não seria possível dizer
que o partido é majoritário nos
grandes centros.
O mesmo vale para os partidos
governistas. O PSDB está fora da
disputa das três principais capitais (São Paulo, Rio e Belo Horizonte), mas já ganhou em nove
localidades. Hoje concorre em
outras oito. No total, pode chegar
a ter 17 dos 62 municípios mais
importantes.
O PMDB tem seis cidades garantidas e pode chegar hoje a 11,
pois disputa em cinco. O PFL já
venceu em três e pode ir a 12.
Hegemonia
O favoritismo do PT em São
Paulo pode dar ao partido uma
certa hegemonia em termos de
eleitorado que será governado pela sigla.
As quatro cidades já conquistadas no primeiro turno, somadas
às 16 que os petistas disputam hoje, têm um eleitorado total de 16,1
milhões -o equivalente a 44,1%
do total dos 62 municípios mais
importantes.
O maior peso dessa conta é São
Paulo, com seus 7,1 milhões de
eleitores.
O PSDB, mesmo que conquiste
17 prefeituras, estará governando
um eleitorado total bem menor:
apenas 6,3 milhões ou 17,4% do
total das localidades mais importantes. Essa é uma demonstração
de que os tucanos, mesmo nos
grandes centros, estão confinados
a cidades de porte médio.
Prenúncio
A última vez que uma eleição
municipal no país foi um prenúncio de mudança mais adiante foi
em 1974. Vigorava o bipartidarismo. A Arena dava apoio ao governo militar. O MDB era a oposição
consentida.
À época, as cidades mais importantes do país eram as 90 com
mais de 100 mil habitantes (as capitais não tinham eleição direta).
O MDB venceu em 79 desses 90
municípios.
Na eleição de 2000, por diversas
razões, nenhuma sigla conseguirá
uma vitória tão expressiva como a
do MDB em 74.
Texto Anterior: Primeiro turno acabou com marcas históricas Próximo Texto: 26 milhões de eleitores votam hoje Índice
|