São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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GOIÂNIA
Pedro Wilson (PT) não comparece ao último debate
Petista agrega apoio de candidatos derrotados no primeiro turno

LUIZA DAMÉ
ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA

Um petista e um ex-petista disputam a prefeitura da capital de Goiás. O deputado federal Pedro Wilson Guimarães (PT) chegou ao segundo turno com uma vantagem de 38.630 votos em relação a seu adversário Darci Accorsi (PTB), que espera inverter hoje essa diferença.
"Os votos dele são votos voláteis, se agregaram no final do primeiro turno", afirmou Accorsi. No primeiro turno, Pedro Wilson ficou com 37,19% dos votos válidos, e Accorsi, com 30,05%.
Como Wilson não compareceu ao debate de anteontem, o programa se transformou em uma entrevista com Accorsi, que expôs metas programáticas. O petebista atacou ontem a ausência do adversário: "Essa nunca foi a prática do PT", afirmou Accorsi, que,em 92, foi eleito prefeito de Goiânia pelo Partido dos Trabalhadores.
Wilson respondeu dizendo que a avaliação era que ele perdia indo ou não ao debate e, como suas falas em três encontros anteriores foram manipuladas pelo petebista, optou por não comparecer.
Accorsi (que está coligado com PFL, PPB, PSD e PST) não obteve novos aliados no segundo turno. "Agregamos o apoio do povo. Ele agregou a máquina do governo do Estado e do município", disse o candidato do PTB, referindo-se ao apoio do governador de Goiás, Marconi Perillo, e do prefeito de Goiânia, Nion Albernaz, ambos do PSDB, ao petista.
O petista conseguiu o apoio dos cinco candidatos derrotados no primeiro turno da eleição. Ele levou para seu palanque partidos tradicionalmente adversários em Goiás: o PSDB e o PMDB do senador Iris Rezende.
A decisão do PSDB goiano rachou a base de apoio do governador Perillo, integrada também por PTB, PPB e PFL. O presidente regional do PFL, deputado federal Ronaldo Caiado, não se conforma com a "traição" dos tucanos.
Perillo -que não vota em Goiânia- disse a correligionários que precisa manter o PFL, o PPB e o PTB na sua base parlamentar, mas "dispensa" o apoio de Caiado, do deputado federal Roberto Balestra (PPB) e do ex-deputado federal Pedrinho Abrão (PTB). Os três apóiam o candidato do PTB.
A aliança de Accorsi com Abrão foi um dos principais alvos da campanha petista. Em 1996, ele enfrentou processo de cassação de mandato na Câmara, acusado de ter cobrado propina para manter verba destinada à construção da barragem do Castanhão (CE). Foi absolvido, mas o PT veiculou a denúncia nos programas de rádio e televisão.


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