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SÃO PAULO
Candidata petista avalia como "vitoriosa" sua participação no último debate;
seu rival, o pepebista Paulo Maluf, acredita que conseguiu virar as intenções de voto a seu favor
Marta critica palavrão de Lula em Pelotas
LILIAN CHRISTOFOLETTI
SANDRA BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL
A candidata do PT à Prefeitura
de São Paulo, Marta Suplicy, definiu como "de mau gosto e infeliz"
o comentário preconceituoso que
o líder nacional do partido Luiz
Inácio Lula da Silva fez sobre Pelotas (RS). Lula afirmou que a cidade é "exportadora de veados"
em uma gravação de TV.
No programa eleitoral de Pelotas, na última quinta-feira, o PPB
usou as declarações de Lula, na
tentativa de atingir o candidato
petista à prefeitura da cidade.
Mas, na sexta, o Tribunal Regional Eleitoral gaúcho proibiu a veiculação dessas imagens no último
programa de TV transmitido.
Marta afirmou que desconhece
o contexto da frase, mas criticou
mesmo assim."Espero que tenha
sido uma brincadeira e, mesmo
sendo brincadeira, eu não faria",
afirmou a candidata durante entrevista coletiva após o debate
com o adversário, Paulo Maluf
(PPB), na TV Globo, anteontem.
Maluf também usou a imagem
de Lula falando sobre Pelotas com
o candidato petista à prefeitura da
cidade, Fernando Marroni, no último programa eleitoral da TV.
O PT de São Paulo entrou com
pedido de direito de resposta, que
foi negado, segundo o partido.
"Os homens públicos, quando
fazem uma declaração pública,
essa declaração pode ser usada.
Ninguém pode reclamar", disse
Maluf depois do debate. Ele negou saber que a imagem seria utilizada no seu último programa
eleitoral, na noite de sexta-feira.
Os dois candidatos deixaram o
estúdio fazendo avaliações positivas de suas atuações, apesar de terem demonstrado nervosismo.
Marta disse que saiu "vitoriosa".
Para Maluf, ele conseguiu "virar"
as intenções de voto a seu favor.
"A população viu que votar na
dona Marta é uma temeridade.
Relembrei as patifarias do PT e
respondi a todas as perguntas.
Vou ganhar e evitar que o PT seja
o algoz mais uma vez", disse Maluf, referindo-se à gestão petista
em São Paulo, com Luiza Erundina (89-92), hoje no PSB.
De tailler pêssego, decotado,
Marta avaliou que o seu ponto alto no debate aconteceu quando
ela explicou "de forma didática" o
projeto de lei de sua autoria que
previa a redução de pena para
presos por crimes comuns que estudassem. A candidata chegou a
dizer que "ladrão de galinha" se
beneficiaria com o projeto.
Apesar de não ter respondido,
no debate, por que o PT defendeu
a libertação dos sequestradores
do empresário Abílio Diniz em
1999, Marta falou do assunto na
entrevista. No debate, Maluf fez a
mesma pergunta três vezes.
"Como eles já tinham cumprido
a sua pena, tinham direito à liberdade condicional, que não estava
sendo cumprida", afirmou ela.
"A gente não pode sentar na cadeira antes de abrir a urna, mas
posso dizer que me sinto extremamente confortável com a vantagem que já tinha", afirmou.
Apesar dos tratamentos irônicos de "dona Marta" e de "seu
Maluf", não houve momentos de
calorosos enfrentamentos.
A ausência da platéia no estúdio
contribuiu para que o debate fosse frio. No debate anterior, na TV
Bandeirantes, correligionários e
assessores participavam aplaudindo e vaiando como se estivessem num programa de auditório.
Segundo a Polícia Militar, cerca
de mil pessoas estavam do lado de
fora dos estúdios. Ainda segundo
a PM, a maioria, cerca de 600, era
de simpatizantes da petista.
Os dois candidatos encerraram
a noite de sexta comemorando
com suas respectivas comitivas o
debate e o fim dos programas eleitorais. Marta foi a um restaurante
na Vila Madalena. Maluf seguiu
para a produtora responsável pelos seus programas, onde participou de uma confraternização.
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