São Paulo, Quarta-feira, 29 de Dezembro de 1999


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BUG DO ANO 2000
DF também não deu informações sobre os preparativos
Governo não tem dados precisos de 11 Estados

Sérgio Lima/Folha Imagem
Departamento no Ministério da Defesa de onde serão acompanhadas as informações de vários setores do governo sobre o bug


WILSON SILVEIRA
da Sucursal de Brasília

A comissão coordenadora do programa criado pelo governo federal para prevenir o bug do ano 2000 não recebeu informações precisas sobre os preparativos do Distrito Federal e de 11 Estados, entre eles o Rio de Janeiro.
O secretário-adjunto da comissão, Marcos Osório de Almeida, disse ontem que o governo federal não pode forçar os Estados a adotarem medidas preventivas contra o bug nem a informarem à comissão as medidas adotadas.
Apesar de faltarem informações de 12 das 27 unidades da Federação (DF, RJ, MS, AM, SE, AL, PA, AP, ES, RR, RO e AC), Almeida afirmou que os setores essenciais estão preparados no país inteiro, pois são controlados pelo governo federal.
Segundo ele, não haverá nenhum problema nos setores de energia elétrica, telecomunicações, abastecimento de petróleo e sistema bancário.
"O bug do ano 2000 vai ser o maior não-evento do século", afirmou Almeida, em entrevista concedida depois que o Ministério da Defesa apresentou à imprensa o centro de operações do plano nacional de contingência contra o bug -eventual falha de computadores na virada do ano.
No caso do Rio, onde estará o presidente Fernando Henrique Cardoso, assim como milhões de turistas, Almeida disse que já estão checadas as áreas de saneamento, trânsito, metrô e hospitais, além dos setores essenciais.
Segundo ele, não há informações sobre a Secretaria da Segurança Pública, a Previdência estadual e o sistema de pagamento dos funcionários públicos estaduais. "O fato de não termos informações não significa que não estejam preparados", disse.
O governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PDT), disse ontem desconhecer que o Estado tenha deixado de enviar os dados solicitados.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que passará o réveillon no forte de Copacabana, terá à sua disposição um sistema de mensagens via satélite, entre outros meios de comunicação, para ser abastecido de informações.
Estúdios de rádio e de televisão foram montados pela Radiobrás no Ministério da Defesa, para transmitir informações do centro de operações, instalado no mesmo prédio.
Os equipamentos permitem até a convocação de uma cadeia nacional de rádio e televisão.
Hoje, das 9h às 17h, representantes dos principais ministérios farão uma segunda simulação de problemas para testar o plano de contingência.
Na primeira simulação, realizada no último dia 22, testou-se a hipótese de ocorrência de um apagão em Copacabana, no Rio.
Em virtude do tumulto previsto, a Polícia Militar local foi acionada para evacuar o bairro e estudou o que deveria ser feito se a ordem fosse para valer.
Representantes do Banco Central e do Banco do Brasil reafirmaram ontem que nenhum correntista precisa se preocupar com o bug do ano 2000.
Antônio Augusto do Vale, responsável pelo programa A2000 do Banco Central, afirmou que o maior risco é de assaltos na saída de caixas eletrônicos.
Ele afirmou que os bancos não utilizaram nada dos R$ 7 bilhões colocados à sua disposição pelo BC, para a eventualidade de aumentarem os saques.


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