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PERSONALIDADE
Psicanalista e deputado federal cumpria 2º mandato
Eduardo Mascarenhas morre
aos 54; enterro será hoje no Rio
da Sucursal de Brasília
Morreu ontem no Rio, no começo da noite, o psicanalista e deputado federal Eduardo Mascarenhas
(PSDB-RJ). Internado desde o dia
anterior no Hospital Samaritano,
Mascarenhas, 54, será enterrado
hoje, às 11h, no cemitério São João
Batista (zona sul).
Por determinação de sua família,
o hospital não informou qual foi a
causa da morte. No Congresso,
seus companheiros afirmavam
que sofria de câncer. Mascarenhas
cumpria seu segundo mandato na
Câmara dos Deputados.
O primeiro começou em 1991,
pelo PDT -ao qual se filiou em
1989. Foi membro do Diretório Regional do partido de 1990 a 1992 e
chegou a ocupar a vice-liderança
da bancada na Câmara.
Em 1993, porém, abandonou o
PDT e ingressou no PSDB. Passou
a integrar o Diretório Regional do
partido no Rio. Foi reeleito em
1994 com 42.438 votos.
O deputado era casado com Regina Miranda e tinha três filhos.
Ele havia sido casado anteriormente com a atriz Christiane Torloni. Escreveu três livros sobre assuntos relativos à psicanálise:
``Emoções'' (1986); ``Cartas a um
Psicanalista'' (1986); ``Alcoolismo, Drogas e Grupos Anônimos
de Ajuda Mútua'' (1990).
Escreveu ainda ``Brasil: de Vargas a Fernando Henrique'', editado em 1994. O suplente de Mascarenhas é o ex-deputado Ayrton
Xerez, também do PSDB, que agora volta à Câmara dos Deputados.
Repercussão
Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, lamentou a
morte: ``Foi um perda para o parlamento, para a cidadania e para a
ciência, já que ele era um grande
psicanalista''.
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou
que Mascarenhas era um parlamentar destemido. "Sonhou com
um país melhor e por esse país lutou como poucos. Era um dos parlamentares mais preparados e um
destemido. À doença, resistiu com
a força dos sonhadores.''
Para o pefelista Benito Gama
(PFL-BA), líder do governo, era
um exemplo de equilíbrio: "Ele
trouxe para o Congresso, além de
seu trabalho, o equilíbrio. Era
muito equilibrado e sempre ouvido tanto pelas bancadas do governo como da oposição".
O petista Paulo Delgado (MG)
também se manifestou: "O Mascarenhas cumpriu um duplo papel
na Câmara. Em seu primeiro mandato, como psicanalista, e no segundo como tucano, governista.
Ajudou na elaboração da reforma
psiquiátrica. Tinha também uma
vantagem: escrevia sobre o que
pensava. Representava a síntese
entre o intelectual e o político''.
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