São Paulo, quarta, 30 de abril de 1997.

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PERSONALIDADE
Psicanalista e deputado federal cumpria 2º mandato
Eduardo Mascarenhas morre aos 54; enterro será hoje no Rio

da Sucursal de Brasília

Morreu ontem no Rio, no começo da noite, o psicanalista e deputado federal Eduardo Mascarenhas (PSDB-RJ). Internado desde o dia anterior no Hospital Samaritano, Mascarenhas, 54, será enterrado hoje, às 11h, no cemitério São João Batista (zona sul).
Por determinação de sua família, o hospital não informou qual foi a causa da morte. No Congresso, seus companheiros afirmavam que sofria de câncer. Mascarenhas cumpria seu segundo mandato na Câmara dos Deputados.
O primeiro começou em 1991, pelo PDT -ao qual se filiou em 1989. Foi membro do Diretório Regional do partido de 1990 a 1992 e chegou a ocupar a vice-liderança da bancada na Câmara.
Em 1993, porém, abandonou o PDT e ingressou no PSDB. Passou a integrar o Diretório Regional do partido no Rio. Foi reeleito em 1994 com 42.438 votos.
O deputado era casado com Regina Miranda e tinha três filhos. Ele havia sido casado anteriormente com a atriz Christiane Torloni. Escreveu três livros sobre assuntos relativos à psicanálise: ``Emoções'' (1986); ``Cartas a um Psicanalista'' (1986); ``Alcoolismo, Drogas e Grupos Anônimos de Ajuda Mútua'' (1990).
Escreveu ainda ``Brasil: de Vargas a Fernando Henrique'', editado em 1994. O suplente de Mascarenhas é o ex-deputado Ayrton Xerez, também do PSDB, que agora volta à Câmara dos Deputados.
Repercussão
Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, lamentou a morte: ``Foi um perda para o parlamento, para a cidadania e para a ciência, já que ele era um grande psicanalista''.
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que Mascarenhas era um parlamentar destemido. "Sonhou com um país melhor e por esse país lutou como poucos. Era um dos parlamentares mais preparados e um destemido. À doença, resistiu com a força dos sonhadores.''
Para o pefelista Benito Gama (PFL-BA), líder do governo, era um exemplo de equilíbrio: "Ele trouxe para o Congresso, além de seu trabalho, o equilíbrio. Era muito equilibrado e sempre ouvido tanto pelas bancadas do governo como da oposição".
O petista Paulo Delgado (MG) também se manifestou: "O Mascarenhas cumpriu um duplo papel na Câmara. Em seu primeiro mandato, como psicanalista, e no segundo como tucano, governista. Ajudou na elaboração da reforma psiquiátrica. Tinha também uma vantagem: escrevia sobre o que pensava. Representava a síntese entre o intelectual e o político''.

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